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Cuba sob «intensa campanha de mentiras e incitamento à violência»

«Cuba está hoje sob uma intensa campanha de mentiras e incitamento à violência, que teve e pode ter consequências muito sérias», alertaram as autoridades do país caribenho.

O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, responsabilizou a administração norte-americana pelo ataque à Embaixada do seu país em França e desmentiu as notícias ontem postas a circular sobre «levantamentos populares» em vários pontos no país 
Créditos / minrex.gob.cu

Ontem à noite, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, informou no Twitter que a Embaixada do seu país em França foi alvo de um ataque com cocktails Molotov, facto pelo qual responsabilizou a administração norte-americana.

O diplomata classificou a acção contra a sede diplomática como um «ataque terrorista», e disse que é o resultado das «contínuas campanhas» alimentadas por Washington e dos «apelos à violência» que, «com total impunidade», são feitos a partir do território norte-americano.

Por seu lado, a subdirectora do Ministério cubano dos Negócios Estrangeiros para os Estados Unidos, Johana Tablada, perguntou na sua conta de Twitter se os altos funcionários da administração dos EUA compreendem o elevado custo que as suas «mentiras e anticomunismo irracional» têm para o país e um povo de paz.

A diplomata fez acompanhar a sua mensagem com as etiquetas #NoAlTerrorismo, #NoMásMentiras e #NoMásAbuso vs #Cuba.

Ministro desmentiu «levantamentos populares» no país

Também esta segunda-feira, Bruno Rodríguez desmentiu as notícias postas a circular sobre alegadas revoltas populares na Ilha, divulgadas através das redes sociais, ao mesmo tempo que se instigava ao confronto.

«Cuba está em calma total», frisou o ministro no Twitter, acrescentando que é falso que haja distúrbios, tal como alguns afirmam mentindo, com a cumplicidade das transnacionais e plataformas digitais, que violam as suas regras de comunidade e difundem mensagens de ódio e mentiras.

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Mais de 400 personalidades pedem a Biden que levante o bloqueio a Cuba

Artistas, políticos, intelectuais, cientistas, ex-chefes de Estado do mundo subscreveram uma carta aberta ao presidente dos EUA, Joe Biden, para lhe pedir o fim do bloqueio e das sanções a Cuba.

A Assembleia Geral da ONU voltou a mostar uma oposição esmagadora ao cerco imposto pelos EUA a Cuba 
Os signatários afirmam que está na altura de acabar com o bloqueio e lembram a Biden que, no passado dia 23 de Junho, o mundo voltou a dizer «não» à política norte-americana Créditos / Twitter

A carta, intitulada «Let Cuba live» e publicada esta sexta-feira como um anúncio pago em The New York Times, está disponível na plataforma letcubalive.com e representa um apelo público urgente à desmontagem das «políticas cruéis» implementadas pela administração do ex-presidente Donald Trump, que acrescentou mais 243 novas medidas coercivas contra a Ilha.

«Parece-nos inconcebível, especialmente durante uma pandemia, bloquear intencionalmente as remessas e a utilização por parte de Cuba das instituições financeiras globais, tendo em conta que o acesso a dólares é necessário para a importação de alimentos e medicamentos», sublinha a missiva.

A carta aberta a subscrição já recolheu assinaturas de figuras prestigiadas, como o linguista Noam Chomsky, o ex-presidente equatoriano Rafael Correa, o ex-presidente brasileiro Lula da Silva, o intelectual argentino Atilio Boron e o também argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prémio Nobel da Paz.

Carta aberta hoje publicada no NYT, como um anúncio pago em página inteira 

Subscrevem igualmente o apelo contra o bloqueio o britânico Jeremy Corbyn, antigo líder do Partido Trabalhista, o português João Pimenta Lopes, deputado pelo PCP ao Parlamento Europeu, a reconhecida activista solidária norte-americana Gloria La Riva e o teólogo brasileiro Frei Betto.

Entre os signatários contam-se ainda os nomes de vários actores norte-americanos, como Danny Glover, Susan Sarandon, Jane Fonda e Mark Ruffalo, e de artistas de outras proveniências, de que são exemplo o cubano Silvio Rodríguez, a actriz britânica Emma Thompson, os brasileiros Wagner Moura e Chico Buarque.

Também subscrevem o documento vários jornalistas e organizações de diferentes âmbitos, como Codepink, Black Lives Matter, Answer Coalition, The Grayzone, o Movimento Rural dos Trabalhadores sem Terra (Brasil) e a Associação Intervenção Democrática.

«"Nós estamos com o povo cubano", escreveu você [Biden] a 12 de Julho. Se é assim, pedimos-lhe que assine de imediato uma ordem executiva e anule as 243 "medidas coercivas" de Trump», afirmam.

«Retome a abertura e comece o processo de acabar com o embargo», sugerem os subscritores ao presidente norte-americano, lembrando-lhe que, no passado dia 23 de Junho, a maioria dos estados-membros das Nações Unidas votaram pelo levantamento do bloqueio à Ilha.

Para os signatários, deve ser retomado o caminho promovido por Barack Obama, «ou, melhor ainda, iniciar o fim do bloqueio e normalizar inteiramente as relações entre os Estados Unidos e Cuba».

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Vários perfis no Facebook, sobretudo de pessoas residentes nos Estados Unidos, afirmaram que houve «levantamentos populares» e repressão policial em vários pontos de Cuba, como La Habana Vieja (Cidade de Havana), Cárdenas (província de Matanzas) e Minas (província de Camagüey).

Tendo em conta essas informações, jornalistas do diário Juventud Rebelde, de emissoras municipais e usuários das redes sociais realizaram vídeos e fotos em que se podia ver como havia tranquilidade nas ruas da Ilha, refere a Prensa Latina.

Desde os distúrbios ocorridos no passado dia 11 de Julho, Cuba apontou por diversas vezes à administração norte-americana a sua cumplicidade nesses factos, em cuja promoção participaram empresas radicadas em território dos EUA e que, afirma a Prensa Latina, recebem fundos governamentais.

As autoridades cubanas denunciaram que as acções violentas foram incentivadas por uma operação política e comunicacional, que promove acções nas redes sociais, difusão de notícias falsas, distorsão de imagens e vídeos, ciberataques a portais e meios de comunicação cubanos. Isto, afirmam, para desestabilizar o país e provocar uma alegada intervenção humanitária.

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