Maurizio Acerbo disse que a defesa da Ilha vai muito além pelo significado que tem, a nível internacional, «a possibilidade de um povo se libertar dos condicionamentos do império norte-americano».
«Penso que neste momento está em jogo, em torno de Cuba, inclusive uma mudança nas relações internacionais», disse o dirigente comunista ao jornalista Frank González, tendo acrescentado que «os Estados Unidos, e o Ocidente em geral, devem decidir se querem desenvolver relações de respeito entre os povos ou tentar novamente reafirmar o seu domínio» no planeta.
«"os Estados Unidos, e o Ocidente em geral, devem decidir se querem desenvolver relações de respeito entre os povos ou tentar novamente reafirmar o seu domínio"»
Antecipando o fracasso desta segunda opção, Acerbo referiu que «devemos estar ao lado de Cuba exigindo o fim do bloqueio» e a abertura de «relações económicas positivas» com o país caribenho, algo que, defendeu, pode ser feito por Itália e a Europa em geral, «rejeitando envolver-se com os Estados Unidos e a máfia dos fanáticos de Miami».
Nascido há 55 anos na cidade costeira de Pescara, o secretário nacional do Partito della Rifondazione Comunista (PRC) começou a participar na vida política no final dos anos 70, em organizações de estudantes, movimentos pacifistas, ecologistas e de solidariedade com os povos da América Latina, da Palestina, da África do Sul e o movimento zapatista, no México.
«"divulgamos uma versão sobre o que se passa em Cuba diferente da que passam os órgãos de comunicação, que parecem repetir uma partitura que veio de Washington"»
Em 1984, foi eleito secretário provincial de Pescara da Federação Juvenil Comunista Italiana e, cinco anos mais tarde, fez parte do grupo que tentou evitar, sem êxito, a dissolução do Partido Comunista Italiano, tendo entrado então no PRC, pelo qual foi eleito deputado em 2006.
A 2 de Abril de 2017 foi eleito secretário nacional da Rifondazione Comunista, que assumiu um papel muito activo na colaboração com as associações que no país se solidarizam com Cuba e na realização de actividades de apoio à Ilha, em conjunto com outros partidos de esquerda.
«O povo italiano reconhece muito o que Cuba fez com as brigadas médicas»
«Neste sentido – afirmou –, promovemos mobilizações de solidariedade e iniciativas de informação e sensibilização contra o bloqueio, e divulgamos uma versão sobre o que se passa em Cuba diferente da que passam os órgãos de comunicação, que parecem repetir uma partitura que veio de Washington.»
Acerbo destacou que o movimento de amizade cresceu muito em Itália devido ao próprio mérito de Cuba, «porque o povo italiano reconhece muito o que Cuba fez com as brigadas médicas do Contingente Henry Reeve, que vieram ajudar-nos na fase mais difícil da pandemia», disse à Prensa Latina.
«"devemos fazer tudo para desmontar esta agressão, por agora, mediática", com todas as mentiras de que se alimenta»
Referindo-se ao desprezo da administração norte-americana pela rejeição que todos os anos é expressa contra o bloqueio na Assembleia Geral das Nações Unidas, Acerbo afirmou que a campanha actual de Washington contra Cuba parece ter como objectivo sair desse isolamento.
A desestabilização de Cuba promovida por Washington, advertiu, procura envolver a Europa e outros países, numa guerra que, recordou, é fundamentalmente económica, política e de comunicação.
A este respeito, denunciou os partidos políticos italianos que «se deixaram envolver nas últimas semanas no ataque contra Cuba», tendo sublinhado que «devemos fazer tudo para desmontar esta agressão, por agora, mediática», com todas as mentiras de que se alimenta.
Maurizio Acerbo mostrou-se confiante no fracasso das tentativas dos Estados Unidos, porque, frisou, a reputação de Cuba em todo o mundo é de um país que trabalha pela paz, a cooperação e a solidariedade entre os povos.
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