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|Um outro Mundial

Cristiano Ronaldo do tamanho do mundo

Batido mais um recorde e acrescentada mais uma linha ao extenso currículo de Cristiano Ronaldo, é bom lembrar que houve um dia em que ser Cristiano Ronaldo não parecia uma possibilidade. Uma viagem ao mito do melhor jogador português de sempre.

CréditosRolex dela Pena / EPA

Antes de Cristiano Ronaldo ser o Cristiano Ronaldo, o seu nome era um mito que poucos sabiam se existia, realmente, ou não. Houve quem o visse a jogar nos escalões de formação do Sporting. Houve quem soubesse dele pelas presenças nas seleções jovens. Mas para a maioria, como eu, comum mortal, Cristiano Ronaldo era apenas um nome, uma conjugação de nomes que ainda precisavam de sentido.

Antes de Cristiano Ronaldo aparecer como jogador, apareceu ainda como figura de um jogo de computador, o Championship Manager, que na sua edição 2001/02 o lançou na sua base de dados sem que isso o transformasse em tudo aquilo que ele foi depois. Por uma simples razão. Antes de Cristiano Ronaldo existir, não era possível que alguém acreditasse na possibilidade de um jogador como ele. 

O mais impressionante em Cristiano Ronaldo é o facto de ele ter estado tão perto de nós sem que o víssemos. O menino do bairro social madeirense que viaja, ainda criança, para Lisboa. O puto que vivia no Estádio de Alvalade e com o qual nos teremos cruzados umas quantas vezes, sem sequer dar por isso. O jogador de quem tudo se esperava a dar as primeiras passadas em jogos estranhos da Liga Portuguesa, num tempo em que as notícias e os acontecimentos tinham um tempo próprio, reflexo da inexistência de redes sociais ou de ciclos noticiosos que nunca deixam de criar notícias sobre notícias. Cristiano Ronaldo já era grande, sem dúvida. Mas Cristiano Ronaldo ainda não era Cristiano Ronaldo. Ainda teria que cometer erros, ultrapassar desafios, ser colocado perante as dúvidas que resistem sobre a sua mera possibilidade de existir. 

Mais uma linha para o currículo

O homem que ganhou quatro Campeonatos do Mundo de clubes, duas Supertaças europeias, cinco Ligas dos Campeões, um Campeonato Europeu e uma Liga das Nações ainda não está satisfeito. O homem que venceu três Ligas inglesas, duas Ligas espanholas, duas Ligas italianas e uma quantidade de Taças pelos países onde jogou ainda quer mais. O homem que mais vezes jogou por uma seleção, que mais golos marcou ao representá-la. O homem que jogou cinco Campeonatos do Mundo. O primeiro a conseguir marcar golos em todos eles, algo que parecia impossível de conseguir na competição masculina, depois de Marta e Christine Sinclair o terem feito no Mundial feminino. 

O currículo de Cristiano Ronaldo não tem fim. Tal como a sua ambição. O seu desejo de continuar a transformar a possibilidade de se ser Cristiano Ronaldo em algo maior. O futebol, no entanto, não é um território de eternidade. Na memória, sim, ficam-nos os elementos que nos tocaram, que nos emocionaram, que nos espantaram. Mas, no presente, o futebol é uma entrada dura a pés juntos naqueles que o querem só para si. Daí que os recordes pareçam mais pequenos quando vemos alguém a atingi-los. No passado, parecia impossível ser-se Cristiano Ronaldo. Hoje em dia, quer-se que ser Cristiano Ronaldo seja algo banal. Mas não é.

O Uruguai quatro anos depois

Em 2018, foi o Uruguai que eliminou Portugal do Mundial. A sua capacidade competitiva, a sua garra e agressividade, chegaram para demonstrar como a seleção portuguesa não merecia ir mais longe na competição. Passados quatro anos, Portugal está mais jovem e mais forte. O Uruguai, no entanto, mantém a sua dimensão de vizinho chato que sabe como transtornar os desejos e sonhos de quem passa ao seu lado. A estreia de Portugal não foi entusiasmante, mesmo que a equipa tenha dominado o Gana. Os erros defensivos mancharam um resultado final que poderia ter sido diferente. O Uruguai, no entanto, é mais do que um jogo. É, até, mais do que uma oportunidade para garantir já o apuramento. É o adversário perante o qual poderemos marcar definitivamente a ideia de que este Portugal é um Portugal diferente. A bola vai rolar.

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