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|Chile

Congresso chileno responsabiliza Carabineiros e governo por morte de jovem mapuche

A Câmara dos Deputados aprovou esta quinta-feira um relatório que determina a responsabilidade directa dos Carabineiros e a responsabilidade política do governo chileno pela morte de Camilo Catrillanca.

A denúncia do assassinato de Camilo Catrillanca e o reconhecimento dos direitos dos Mapuche sobre os seus territórios são algumas das exigências dos manifestantes
A denúncia do assassinato de Camilo Catrillanca e o reconhecimento dos direitos dos Mapuche sobre os seus territórios foram algumas das exigências dos manifestantes nos protestos dos últimos meses Créditos / cubahora.cu

Com 65 votos a favor e 61 contra, a Câmara dos Deputados aprovou a investigação levada a cabo por uma comissão especial do organismo, cujas conclusões estabelecem que os Carabineiros (Polícia militarizada) são os responsáveis directos pelo assassinato do jovem Mapuche Camilo Catrillanca, perpetrado a 14 de Novembro de 2018.

As responsabilidades políticas pelo facto são atribuídas ao ministro do Interior, Andrés Chadwick, aos subsecretários do Interior e da Segurança Pública, e ao governo de Sebastián Piñera, refere a TeleSur.

O relatório considera especialmente grave o facto de agentes dos Carabineiros terem mentido e divulgado falsas informações, com o intuito de esconder o seu crime e obstruir a investigação realizada pelo Ministério Público.

Afirma ainda ter ficado provado que a morte de Catrillanca resulta da «intensificação voluntária e consciente, por parte do governo, de uma política de violência institucional e de criminalização do povo Mapuche», ao militarizar o território e encarar o conflito na Araucânia como se fosse uma guerra, nomeadamente com o destacamento do chamado Comando Jungla e a perseguição de líderes indígenas, indicam a TeleSur e a Prensa Latina.

Neste sentido, refere o documento, a atitude do executivo contribuiu para criar as condições que conduziram à morte de Catrillanca, pelo que cabe ao ministro do Interior, Andrés Chadwick, e ao subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, particulares «responsáveis nas decisões políticas referentes a matérias que têm a ver com a ordem pública e a segurança interna [...], assumir as consequências».

O relatório defende ainda que o problema de fundo não resulta da acção de um só governo, mas obedece a uma política de Estado, que, ao longo de décadas, foi seguida por diversos executivos, que não souberam ou não quiseram encontrar uma solução «pacífica» para a questão do território Mapuche.

Dez meses de investigação e de protestos

A votação na Câmara traz de novo para a ribalta o caso de Camilo Catrillanca, indígena mapuche de 24 anos, assassinado no dia 14 de Novembro de 2018, na região da Araucânia, por agentes do Grupo de Operações Policiais Especiais (GOPE) dos Carabineiros, que afirmaram que a morte ocorrera durante uma troca de disparos.

No entanto, a investigação que se seguiu veio provar a falsidade de tal versão, que os agentes enganaram deliberadamente a opinião pública, esconderam provas importantes e prestaram falsas declarações.

Tanto a morte de Catrillanca como a violência a que o GOPE é acusado de recorrer contra o povo Mapuche deixaram os Carabineiros e o ministro do Interior em maus lençóis, com as críticas, as acções de protesto e as manifestações de denúncia a sucederem-se no país austral.

Pelo menos dez oficiais foram substituídos, incluindo o chefe dos Carabineiros, general Hermes Soto, mas amplos sectores continuaram a exigir a demissão de Chadwick da pasta do Interior. No entanto, o presidente Sebastián Piñera manteve-se sempre ao lado do seu ministro, considerado uma figura-chave do governo.

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