Num comunicado ontem divulgado pela agência SANA, o governo de Damasco posicionou-se sobre a sexta «Conferência de Bruxelas sobre o Apoio ao Futuro da Síria e da Região», que começou esta segunda-feira e termina hoje.
Os organizadores do evento declaram que visam reafirmar o empenho da comunidade internacional em relação aos sírios e a uma solução política negociada para o conflito, mas isto é posto em causa por Damasco, sublinhando que estas conferências, na actual fórmula, são realizadas sem a participação da Síria e não estão de acordo com os princípios das Nações Unidas que regulam a acção humanitária.
«Estas conferências não reflectem qualquer empenho real em ajudar o povo sírio e em restaurar os seus direitos, especialmente se tivermos em conta o facto de que os países organizadores ou participantes nestas conferências ocupam ou apoiam a ocupação dos territórios sírios e o saque dos recursos do povo sírio, em cooperação com os instrumentos das milícias separatistas», afirma o comunicado.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescentou que esses mesmos países entram em contradição com os propósitos declarados das conferências, uma vez que impõem bloqueios económicos e medidas coercivas unilaterais ao povo sírio de forma desumana, afectando inclusive a sua capacidade para adquirir coisas básicas como combustível, alimentos ou medicamentos.
O comunicado criticou ainda a politização pelos países organizadores da questão da prestação da ajuda humanitária, associando-a a pré-condições políticas que «nada têm a ver com os requisitos e os objectivos da acção humanitária», e que dificultam o processo de reconstrução e o regresso dos refugiados.
Para o ministério, um exemplo claro da politização reside na falta de convite à Federação Russa e a outros países que, segundo Damasco, têm um «posicionamento equilibrado». É «por razões puramente políticas que nada têm a ver com a situação na Síria», sublinha.
Antes do início do terrorismo apoiado pelo Ocidente na Síria, o país era «auto-suficiente e apresentava elevados níveis de crescimento económico, sem dívida ou dependência externa», refere ainda o documento, destacando que estava na linha da frente do acolhimento a refugiados da região, prestando-lhes toda a ajuda que conseguia «sem discriminação ou politização».
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