Desde Setembro do ano passado que as trabalhadoras da conserveira, na vila de Rabo de Peixe, na Ilha de São Miguel, vêm realizando acções de luta para reivindicar direitos como a progressão das manipuladoras na carreira profissional, a conciliação da vida profissional com a pessoal e familiar, aumentos salariais «justos» e a subida também do subsídio de alimentação e das diuturnidade.
À paralisação que agora se anuncia junta-se a luta das 35 horas de horário de trabalho semanal. Vítor Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT Açores/CGTP-IN), citado pelo Diário dos Açores, na sua edição de 20 de Abril, revelou recentemente que esta reivindicação vai ser alargada a outras empresas e sectores.
«Incompreensível, lamentável e revoltante». Sindicato e ex-trabalhadores da Cofaco denunciam o facto de ainda não ter sido aplicada a majoração dos apoios sociais, prevista no Orçamento do Estado de 2020. A direcção do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comercio, Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT/CGTP-IN) teve informação, através dos ex-trabalhadores da Cofaco do Pico, despedidos em 2018, de que não lhes está a ser aplicada a majoração dos apoios sociais, constituindo uma «clara e grave situação de incumprimento da lei», refere num comunicado. Sindicato e ex-trabalhadores consideram «vergonhoso, incompreensível, lamentável e revoltante» o facto de ainda não ter sido aplicada a majoração dos apoios sociais aos ex-trabalhadores da unidade fabril da Madalena, mesmo depois de a mesma ter sido aprovada no Orçamento do Estado para 2020. O SITACEHT regista que, de acordo com o estipulado na legislação, o referido decreto regulamentar entrava em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, ou seja, no dia 25 de Agosto de 2021. A Lei n.º 70/2020, de 11 de Novembro, estabelece um regime especial e transitório de facilitação do acesso, majoração de valor e prolongamento da duração de apoios sociais aos ex-trabalhadores da Cofaco Açores — Indústria de Conservas, que foram abrangidos pelo despedimento colectivo decorrente do encerramento da fábrica da Ilha do Pico, em Janeiro de 2018. A não construção da nova fábrica da Cofaco do Pico aumenta a necessidade de apoiar socialmente os ex-trabalhadores e deve «servir de lição» para quem exerce funções governativas, afirma o sindicato. A denúncia é feita em comunicado pelo Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio, Escritórios, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT/CGTP-IN), que continua a seguir o processo dos ex-trabalhadores da Cofaco do Pico e que teve conhecimento deste facto no final da semana passada. Sublinhando que «sempre suspeitou» que o processo da construção da nova fábrica na Madalena (Ilha do Pico) não ia avançar, o sindicato relembra que, na altura dos despedimentos em 2018, a empresa assumiu o compromisso da construção de uma nova fábrica, a estar pronta em Janeiro de 2020. As novas instalações dariam emprego a cerca de 150 trabalhadores. A organização sindical refere ainda que este processo deve «servir de lição» para quem exerce funções governativas, uma vez que o apoio público às empresas não pode ser «um cheque em branco», devendo, pelo contrário, obrigar as empresas a contrapartidas que garantam «segurança e qualidade no emprego». «Lamentamos a forma como este processo foi conduzido e acompanhado politicamente, não se exigindo compromissos, contrapartidas e garantias a uma empresa que recebeu tantos milhões de subsídios públicos durante tantos anos», pode ler-se na nota. O Governo deve agora cumprir a lei e proceder à atribuição dos apoios previstos a todos os ex-trabalhadores da Cofaco do Pico, defende. Para o SITACEHT, a não construção da nova fábrica só vem aumentar a necessidade de apoiar socialmente os ex-trabalhadores, que estão confrontados com «a terrível realidade» de não existir qualquer outro «projecto mobilizador com dimensão económica, social para o desenvolvimento do Pico». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entretanto, refere o sindicato, com o decreto regulamentar n.º 5/2021, procedeu-se ao estabelecimento dos termos e condições pelos quais se garantia, transitoriamente, a facilitação do acesso, a majoração do valor e o prolongamento da duração dos apoios sociais previstos na referida lei aos ex-trabalhadores da Cofaco. «É inexplicável que o Governo da República, passados praticamente quatro meses, não tenha feito algo tão simples como aplicar e cumprir uma lei, como é sua obrigação», critica o SITACEHT. A estrutura sindical já tinha alertado em Julho de 2020 que estes trabalhadores estavam a passar por momentos «muito difíceis», somando-se o facto de já não receberem ou estarem em vias de perder o subsídio de desemprego. Neste sentido, volta a questionar o Governo sobre quando vai proceder à aplicação efectiva da regulamentação da lei, tendo em conta que a sua aplicação imediata «é fundamental» para minimizar o impacto social e económico do encerramento da Cofaco da Madalena, e consequente desaparecimento de cerca de 300 postos de trabalho directos e indirectos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Trabalhadores da Cofaco continuam a aguardar majoração dos apoios
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Construção da nova fábrica da Cofaco não vai avançar
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Quanto à progressão das manipuladoras das trabalhadoras da Cofaco, o dirigente explicou que o sindicato sugeriu que essa categoria «fosse dividida em pelo menos três níveis para que as trabalhadoras beneficiem de distinção e aumentos salariais», tendo admitido que «os únicos aumentos» que as operárias têm são «os decorrentes do aumento da retribuição mínima regional».
Vítor Silva defende por isso que estas trabalhadoras «estão a ser duplamente prejudicadas», com uma vida de trabalho a auferir o salário mínimo e, mais tarde, «reformas de miséria», tendo acrescentado que a administração da Cofaco Açores «não aceita esta pretensão da dignificação profissional das trabalhadoras». Neste sentido, acrescentou, «não resta outra alternativa às trabalhadoras, e ao SITACEHT/Açores, que não seja continuar a luta e avançar com o aviso prévio de greve».
O responsável denuncia que 85% dos trabalhadores da Cofaco estão impossibilitados de progredir na categoria profissional e avisa que o sindicato «irá até às últimas consequências» até que seja «corrigida a situação» das trabalhadoras da Cofaco, admitindo recorrer do ponto de vista constitucional.
No dia 1 de Maio, o SITACEHT/Açores lança uma petição pelo aumento do acréscimo regional ao salário mínimo nacional na região, de 5 para 10%. Vítor Silva lembra que mais de 11% dos trabalhadores açorianos são pobres porque «os vencimentos são extremamente baixos».
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