«Uma empresa pública que não respeita o que assina, é uma demonstração, da parte do Governo, de que os acordos não são para levar a sério e o salário dos trabalhadores é um assunto secundário», afirma, em comunicado dirigido aos funcionários da CP, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN).
O acordo resultou de uma reunião na Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT). Logo no ponto n.º 1, ficou determinado que, tendo em conta a situação sócio-económica, a discussão no que toca às matérias salariais teria de continuar.
O sindicato já solicitou, uma vez mais, a intervenção desta entidade, «para que intervenha de acordo com as suas competências». Nesta situação, em que «há responsabilidades da tutela», o SNTSF espera a marcação de uma reunião com o Ministério das Infraestruturas, para discutir esta matéria.
Independentemente do resultado deste processo, o caminho é, e será sempre, o de «reforçar a unidade a partir dos locais de trabalho», em luta pela conquista de um aumento de 10% (em linha com a inflação) em 2023, o aumento do subsídio de refeição e as 35h semanais.
Sindicato denuncia conivência da CP com o trabalho precário e exploração laboral de trabalhadores externos
Apesar do retorno das oficinas à CP, a empresa continua a ter algumas das seus sectores fora do seu âmbito, como é o caso da FERNAVE, «cujos trabalhadores estão estagnados nos seus salários e carreiras».
O SNTSF alerta para o facto de grande parte dos trabalhadores das empresas externas, que prestam serviço nas oficinas da CP, estarem a exercer trabalho precário, ocupando um posto de trabalho efectivo. «A situação é ainda pior: a maioria trabalha sem EPI´s – (Equipamentos de Protecção Individual) e por vezes são obrigados a trabalhar mais de 10 horas por dia».
Os responsáveis da CP nos locais de trabalho «são coniventes com esta situação pois vêm de perto estas situações e permitem, aumentando o desleixo no cumprimento das normas e no serviço que a empresa deve realizar».
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