Não sendo novo, o problema da carência de enfermeiros nas urgências do Hospital Santa Maria é generalizado no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), onde a falta destes profissionais é «estrutural», resultado de «anos de política de destruição», denuncia o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN), através de comunicado.
Em dez anos, assistiu-se a uma redução de cerca de 300 enfermeiros neste centro hospitalar. Entre as razões que concorrem para o fenómeno, o SEP recorda o desinvestimento dos cuidados de saúde primários e a desvalorização das carreiras e dos salários dos profissionais de saúde, mas também o encerramento de diversos serviços, nomeadamente nos hospitais Pulido Valente e Curry Cabral.
O incumprimento dos compromissos assumidos pelo conselho de administração do CHULN, como a contabilização dos «justos e legais» pontos para efeitos de progressão e o pagamento de retroactivos/diferenciais aos enfermeiros com contrato individual de trabalho, entre 2013 e 2015, é, segundo o SEP, outro factor a contribuir para a saída destes profissionais.
O sindicato afirma que a situação que se vive nas urgências do Santa Maria resulta também do recente desvio de enfermeiros para os centros de vacinação à Covid-19, salientando que a carência de enfermeiros «só pode ser resolvida com a contratação imediata» de profissionais e a sua manutenção através da valorização profissional, dos salários, da carreira e da contagem de todos os pontos para efeitos de progressão.
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