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Sem garantias do Governo, greve na CP mantém-se esta sexta-feira

Da reunião com o ministro das Infraestruturas não saíram respostas satisfatórias para os trabalhadores da CP e da IP, que têm como principal reivindicação aumentos salariais. 

Placard de Santa Apolónia na manhã desta sexta-feira
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As expectativas da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) para a reunião desta quarta-feira passavam por «medidas concretas de aumento de salário para todos os trabalhadores», um plano de «admissão de trabalhadores para substituírem os que faltam e os que são necessários para se conseguir fazer o aumento da oferta», e, entre outras medidas, a «harmonização das regras de trabalho na CP e na IP». 

Porém, o ministro das Infraestruturas «convocou [...] as organizações sindicais envolvidas na greve para afirmar que [...] está a trabalhar no sentido de que no próximo Orçamento do Estado possa haver suporte para responder às reivindicações dos trabalhadores», revela a estrutura sindical num comunicado.

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Greve na CP e IP exige «outra via» para o sector

A adesão de uma grande maioria dos trabalhadores destas empresas à greve desta quinta-feira vem dar força às reivindicações de valorização salarial e de uma nova política para o sector ferroviário.

CréditosManuel de Almeida / Lusa

Nas concentrações hoje realizadas em Lisboa e Porto, os trabalhadores aprovaram uma resolução em que reivindicam respostas às propostas apresentadas às respectivas administrações.

Estas concentrações decorreram durante o dia de greve que, segundo fonte sindical, regista uma «forte adesão» dos trabalhadores da CP, IP e empresas afiliadas, e que está a provocar perturbações no normal funcionamento das empresas.

Em comunicado divulgado, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) afirma que «a esmagadora maioria dos trabalhadores está a aderir à greve, como se vê pelo encerramento de estações, bilheteiras e muitos serviços de atendimento ao público», registando-se ainda supressões de comboios ou a redução dos seus percursos.

A estrutura sindical sublinha também que se registam adesões de 90% nas oficinas da CP, o que paralisou um sector que «tem sido objecto de muita propaganda do Ministério/Governo, quebrando assim a programação de recuperação, conservação e manutenção de material circulante».

Desta forma, os trabalhadores demonstraram que querem «outra via para este sector», a da negociação colectiva para a valorização dos seus salários, das suas profissões e resolução dos conflitos laborais, afirma a Fectrans.

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Pelo facto de não haver respostas «agora», nem garantias sobre o resultado do trabalho do Governo, as várias organizações sindicais decidiram manter a greve agendada para amanhã na CP, IP e empresas afiliadas.

O que os trabalhadores deste sector «não compreendem», critica a Fectrans, «é que o seu empenho diário e o enorme esforço que está a ser feito, na base de medidas positivas de recuperação de material circulante, em que se poupam milhões de euros ao erário público, não reverta uma pequena parcela desses milhões para valorizar os salários de quem trabalha». 

A estrutura sindical recordou num comunicado divulgado esta terça-feira que este conflito resulta de um processo de negociação «inconclusivo» e «de muitos meses», e que este «já não é o momento de se discutirem prazos para eventual apresentação das respostas que não foram dadas nestes meses passados».

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