Começa a mobilização para uma nova greve nacional da Administração Pública

Quer seja na Administração Pública ou no privado, em praticamente todos os sectores da sociedade portuguesa os problemas na vida de quem trabalha são os mesmos: o «agravamento das condições de vida e de trabalho, a desvalorização das carreiras, o degradar dos serviços públicos e a ausência de respostas efectivas aos problemas com que os trabalhadores se confrontam».

Foram estes motivos que levaram a Frente Comum à convocatória de uma Greve Nacional dos Trabalhadores da Administração Pública para o próximo dia 17 de Março.

Em comunicado, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN) enuncia as reivindicações destes trabalhadores: «o aumento imediato dos salários a todos os trabalhadores, o reforço dos serviços públicos, a valorização das carreiras, e a revogação do SIADAP». 

O Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP) foi «concebido para dificultar, e em muito casos impedir, a progressão dos trabalhadores», considera o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL/CGTP-IN). O actual sistema, imposto em 2006, inclui quotas, o que significa que só um número reduzido de trabalhadores consigue, anualmente, progredir na carreira (embora muitos outros tenham avaliação igual).

Outra das medidas reivindicadas pelos trabalhadores, com o apoio da Frente Comum, é o «controlo dos preços dos bens essenciais e taxação dos lucros extraordinários», que este ano, em vários sectores, atingiram valores recorde. 

Para o dia seguinte, 18 de Março, a CGTP já anunciou a realização de uma manifestação nacional em Lisboa, onde se vai reivindicar «o aumento geral dos salários e das pensões» num protesto «contra a subida do custo de vida».