«São largas centenas de trabalhadores» que, todos os dias, prestam serviços à NOS através de empresas prestadoras de serviços, afirmou Paulo Carvalho, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV/CGTP-IN), ao AbrilAbril. Embora estes trabalhadores desempenhem «funções cada vez mais complexas e qualificadas», como explica, em comunicado, o sindicato, o outsourcing leva a que estes profissionais recebam apenas o salário mínimo.
Os trabalhadores das empresas prestadoras de serviços asseguram funções essenciais ao normal funcionamento da NOS, uma empresa que, ainda assim, se recusa a negociar o caderno reivindicativo desde 2023. Só no primeiro semestre de 2025, a empresa acumulou lucros de 116,8 milhões de euros, a juntar aos 273,1 milhões de lucros no ano de 2024. Valores mais do que suficientes para valorizar (e integrar nos quadros) estes profissionais.
Cerca de três dezenas de trabalhadores nesta situação concentraram-se na manhã desta segunda-feira em frente às instalações na NOS na Campanhã, Porto, para assinalar o último dia do segundo bloco de greves realizadas este ano. O sindicato lamenta que, «em tempos de agravamento brutal do custo de vida», a empresa se recuse a olhar para a situação calamitosa que cria nas vidas e famílias destes seus trabalhadores.
Esta situação evidencia o desastre que a reforma laboral planeada pelo Governo PSD/CDS-PP constituíria para milhares de outros trabalhadores. As alterações propostas pela direita querem subverter a Lei que impede as empresas de «recorrer à aquisição de serviços externos a entidade terceira para satisfação de necessidades que foram asseguradas por trabalhador cujo contrato tenha cessado nos 12 meses anteriores por despedimento coletivo ou despedimento por extinção de posto de trabalho», como está definido no Artigo 338.º-A do Código do Trabalho.
«Nenhuma das medidas apresentadas no pacote laboral vai no sentido de resolver os problemas já existentes», afirma o SINTTAV. Pelo contrário, «as normas previstas pelo executivo promovem ainda mais a precariedade, num sector já amplamente flagelado pela exploração».
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