Por cada dia de greve parcial, de 26 a 28 de Maio (entre as 10h30 e as 12h), os trabalhadores da WEMOB, Empresa Municipal de Regulação de Estacionamento e Mobilidade de Almada, focaram-se numa das suas três principais reivindicações. Na segunda, exigiram aumentos salariais (10%, com mínimo de 100); na terça, a retoma das negociações com o STAL/CGTP-IN; na quarta, a melhoria «urgente» das condições de trabalho na entidade gerida pela Câmara Municipal de Almada (CMA).
A autarquia (de maioria PS), na pessoa da vice-presidente, Maria Silveira, ainda aceitou reunir com os trabalhadores e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP) no dia 26, mas desse encontro apenas saiu que, com a presidente Inês de Medeiros de férias, o restante executivo não tinha autorização para tomar qualquer decisão ou acção.
O comunicado do STAL salienta que os trabalhadores da WEMOB na Costa de Caparica terão de continuar a laborar numa situação «inaceitável de falta de condições de trabalho, ainda sem uma única medida estrutural para resolver problemas básicos como balneários, como local de carregamento de PDA (dispositivos usados pela fiscalização) ou sequer local próprio para os trabalhadores estarem nos seus momentos de pausa».
Foi precisamento no dia de greve em que se reivindicava a melhoria das condições de trabalho na WEMOB, dia 28, que o executivo camarário de Almada chamou a polícia para bloquear o protesto dos trabalhadores, relatou Pedro Rebelo, dirigente do STAL, ao AbrilAbril. Os trabalhadores estavam a construir um pequeno muro na praça em frente aos paços do concelho (que seria desmonstado no final da acção).
Segundo o sindicalista, a maioria PS alega não ter capacidade de intervenção por ter sido chumbado o Orçamento Municipal para 2025. É apenas «uma desculpa», considera o STAL: em caso de chumbo, o orçamento do ano anterior fica em vigor, podendo a Assembleia Municipal de Almada aprovar as verbas necessárias para dar resposta às necessidades dos trabalhadores da WEMOB. «O que não há é vontade política» do PS, afirma Pedro Rebelo. Só com os votos do PS e da CDU, seria possível aplicar as alterações necessárias na autarquia.
Outro responsável do PS terá, de acordo com o sindicato, afirmado que a situação ocorrida no protesto de dia 28 tinha bloqueado qualquer hipótese de voltar a ser dada uma audiência ao STAL e aos trabalhadores da WEMOB. Sem audiência da sua própria entidade patronal, os trabalhadores já estão a planear a participar em força nas próximas sessões da Assembleia Municipal.
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