salários de miséria

A dona da Zara teve lucros de 5,4 mil milhões de euros em 2023 mas só vai aplicar aumentos de 60 euros aos horários de 40 horas, quando «a esmagadora maioria dos trabalhadores são part-time de 35 horas», denuncia o CESP/CGTP.

Na Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, o salário mínimo já é quase uma instituição. Tendo a administração recusado todas as propostas sindicais, trabalhadores convocam greve para o dia 10 de Abril.

A Faurécia vai aplicar aumentos de 60 euros. O truque é que esses aumentos são relativos aos salários de 2023: com a subida do salário mínimo este ano, sobram menos de 30 euros para os quase 500 trabalhadores desta unidade.

A JAC Products até pode ser um «inventor, designer e fabricante de classe mundial», mas os salários estão bem ao nível da pobre realidade portuguesa. Trabalhadores exigem a justa compensação pelos bons resultados.

O instituto Top Employers certificou a gestão do Lidl como Top Employer. É completamente «falso», afirma o CESP/CGTP: no Lidl, abunda a repressão, a ilegalidade e os ataques aos direitos laborais e parentais.

Enquanto a Hospitalização Privada não negociar a contratação colectiva, o Governo tem de parar de «transferir milhares de milhões de euros todos os anos apenas para aumentar os lucros das empresas», defende a Fesaht/CGTP.

Estamos a assistir a uma histórica transferência de rendimentos do trabalho para o capital. No país em que a inflação come aumentos salariais, o Governo que se diz de esquerda optou por manter impolutos os lucros do capital. Basta ver os dados.

A «esmagadora maioria» dos trabalhadores das cantinas, refeitórios e bares recebe apenas o salário mínimo. Há mais de 20 anos que a associação patronal AHRESP tem «usado a UGT para impôr esta política de baixos salários».

A empresa Galáxia Gulosa, que explorou os quiosques e vendas no recinto da Jornada Mundial da Juventude, não assinou contratos nem respeitou os horários, entre «uma série de outras ilegalidades» denuncia o SHS/CGTP.

A 28 de Junho, Dia Nacional de Luta, 144 mil trabalhadores, de 4500 lojas e supermercado de todo o país, «com salários miseráveis e horários desregulados», vão paralisar, com marchas em Lisboa, Porto e Algarve.

O Grupo PepsiCo, dono da Matutano, acumulou 28 mil milhões de dólares de lucro em 2022. «Nada justifica que esta multinacional pratique o salário mínimo nacional», denuncia o STIAC/CGTP, antecipando a greve de dia 28.

Para além de pagar o salário mínimo (enquanto lucra milhões), a empresa altera as escalas de trabalho de um dia para o outro e obriga trabalhadores a cumprir tarefas que não as suas, denuncia o SHN/CGTP.

Segundo a proposta «miserável» da Associação Comercial e Industrial da Região Oeste (ACIRO), um operador de supermercado no topo da carreira receberia mais 8 ou 10 euros que um trabalhador acabado de contratar.

Os trabalhadores desta empresa do sector da cerâmica «cumprem as tarefas que lhes são distribuídas com elevado zelo e profissionalismo». Greve nos dias 6, 7 e 9 de Junho vem reclamar aumentos salariais dignos.

A reestruturação na Science4you (com a aquisição, por cerca de 11 milhões de euros, da maior parte das acções pela ATENA) em nada alterou o empreendedor modelo de negócios: salários de miséria para todos.

Num sector «que se orgulha de representar 12,4% do PIB», a associação patronal (APED) continua a defender que o topo da carreira de um trabalhador de supermercado deve ser apenas 20 euros acima do salário mínimo.

Ignorando as negociações, a administração do INATEL informou os trabalhadores que iria actualizar, unilateralmente, os salários base em 2,3%: corresponde a um aumento de cerca de 58 cêntimos diários, diz a Fesaht/CGTP.

É inaceitável que este sindicato (UGT) não reconheça os direitos dos seus trabalhadores, pagando um «salário igual ao salário mínimo nacional», denuncia o CESP/CGTP. Mais Sindicato/SAMS em greve a 19 e 20 de Abril.