«Alguém vai ter de se mexer» e os trabalhadores não parecem disponíveis a abdicar das suas reivindicações. Depois da greve de 9 de Junho, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN) convocou um plenário na fábrica de Rio Maior da Nobre Alimentação e a vontade de ir para a luta foi, uma vez mais, reafirmada.
A paralisação de 11 de Julho pretende «denunciar a falta de vontade da empresa para negociar o caderno reivindicativo» dos trabalhadores da Nobre, assim como contestar publicamente «a proposta medíocre apresentada, numa empresa certificada, com recurso a tecnologia de ponta e altos padrões de qualidade alimentar».
Numa das greves do ano passado, uma trabalhadora, Ana Constantino, à Agência Lusa, lamentou só levar para casa o ordenado mínimo, ao fim de 37 anos de trabalho na empresa. «E porque é exigido por lei», se não «nem isso» a empresa pagaria. Em 2023, os trabalhadores europeus do grupo mexicano Sigma, dona da Nobre, expressaram o seu «repúdio e indignação» pelo comportamento da administração da empresa portuguesa, liderada por Rui Silva, que em 14 anos só aumento o subsídio de alimentação em 70 cêntimos.
A vigésima segunda greve desde 2023, a realizar no dia 11 de Julho, vai contar com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, que vai participar no piquete de trabalhadores às 9h30. «Sem respostas» por parte do patronato, o SINTAB fez chegar um pedido de mediação à Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT, Ministério do Trabalho).
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