|salários de miséria

Trabalhadores da Polopiqué recorrem a ajuda para comer

Sem receber os salários em atraso e sem que a Polopiqué assuma o despedimento de 274 pessoas, vários trabalhadores estão a recorrer à solidariedade de colegas e amigos para alimentar as famílias.

Protesto dos trabalhadores da Polopiqué, em Santo Tirso 
CréditosRui Dias / OMinho

«O dinheiro claro que não chega, ganhando os ordenados que a gente ganha, não chega mesmo... Cada vez a gente vê que as coisas estão a ir abaixo, as coisas que temos em casa, tudo tudo... Temos que pagar a casa, temos despesas, o dinheiro não chega», lamentou uma das centenas de trabalhadoras da Polopiqué (com sede em Santo Tirso), em declarações prestadas à SIC. O grupo, da área do têxtil, fechou as portas de duas fábrica no final de Agosto, dando início a um processo de insolvência que, por agora, não tem fim à vista.

Em causa estão duas empresas do grupo: a Polopiqué II e a Cottonsmile. Com salários em atraso e subsídios de férias ainda por receber, muitos trabalhadores continuam  a ir diariamente para a porta das unidades de produção, exigindo a conclusão do processo de despedimento que lhes permita procurar outro emprego ou fonte de rendimento.

Colegas, amigos e vizinhos estão, neste momento, a organizar recolhas de alimentos para distribuir por alguns destes trabalhadores, que já não conseguem fazer face às despesas no limbo para onde foram empurrados.

Em comunicado, a CDU de Santo Tirso considera «inaceitável que quem trabalhou uma vida inteira, com esforço e competência, seja agora descartado para pagar opções que não são suas». Na Assembleia da República, os deputados do PCP exigiram medidas do Governo PSD/CDS-PP para «travar os despedimentos, defender a produção nacional» e prestar contas sobre os «apoios públicos atribuídos à empresa».

Também a estrutura local do Bloco de Esquerda manifesta a sua solidariedade com os trabalhadores, expressando o seu «total descontentamento com a condução deste processo por parte das entidades responsáveis». 

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