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Altice: porque não sobrevive a CEO com um aumento de 12 euros?

A CEO da Altice/MEO defendeu que um aumento de 12 euros «é adequado para o momento que se vive». Sindicatos da CGTP (Sinttav, SNTCT e STT) denunciam gastos de 10 milhões com prémios «só para alguns».

CréditosCarlos M. Almeida / Lusa

A posição da Altice/MEO não mudou ao longo das últimas duas reuniões realizadas entre o patronato e os sindicatos do sector, a 26 e 28 de Fevereiro: um aumento de 12 euros no salário base é mais do que «adequado para o momento que se vive», afirmação que a CEO Ana Figueiredo, presente nos encontros, secundou.

Em comunicado conjunto, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV/CGTP-IN), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN) e o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT/CGTP-IN), denunciam ainda a postura assumida pela empresa na mesa das negociações: «uma vergonha».

A Altice/MEO apresentou aos oito sindicatos (sete dos quais integram a Frente Sindical, unidade apenas furada pelo STPT) quatro propostas diferentes e antagónicas entre si. «Nunca se viu, num cenário de acordo», afirmam as forças sindicais.

Entre as propostas do patronato está o já referido aumento geral do salário base de 12 euros; um aumento salarial de 0,3% com um aumento do subsídio de refeição em 60 cêntimos (para os 9,60 euros); aumentos só para quem recebe salário mínimo e um euro de aumento do subsídio de refeição para todos; aumento de 0,6% no salário base para todos, sem alteração no subsídio de refeição.

«Isto é de quem não quer negociar». Como é que a empresa reagiria «se cada sindicato optasse por uma proposta diferente»?, questionam os sindicatos. Resumindo, seja qual for a opção da empresa, a Altice/MEO reserva apenas 1,5 milhões para aplicar nos salários dos mais de seis mil trabalhadores e salvaguarda «mais de 10 milhões para prémios e promoções», estes reservados só para alguns poucos.

Os sete sindicatos (excepto o STPT, apostado numa estratégia solitária), reuniram-se no dia 5 de Março de manhã e decidiram recorrer à Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT, Ministério do Trabalho) para requerer a conciliação. Entretanto, está já agendado um plenário misto (presencial e por zoom) no Porto, dia 13 de Março, às 14h.

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