capitalismo

A comunidade dos hipócritas que dirige o mundo, conduzindo-nos para precipícios que Francisco identificou como facilmente evitáveis se os homens, e as mulheres, tivessem a boa vontade que extravasa, em muito, as palavras dos textos religiosos, não hesita agora em tirar proveito do seu falecimento com denodo vampiresco.

Metade da população mundial (3,3 mil milhões de pessoas) vive em países que afectam mais de um quinto do seu orçamento ao pagamento de juros da dívida do que à educação ou aos serviços de saúde.

Ligamos o televisor e vemo-los falar de como o aumento dos gastos em armamento pode ser uma oportunidade para a nossa economia. Porque não há conforto maior do que saber que proporcionamos trabalho a investigadores e operários dedicados a assegurar que o mundo se destrói com eficiência.

Dizia o Zeca que temos é de ser gente e gente somos nós. Os influencers são outra coisa: marca, empresa, publicidade. É claro que por trás está sempre um ser humano, muitas vezes até bem intencionado, mas o problema não é esse. 

É preciso acreditar que nada disto se faz sozinho, que nenhuma luta é um processo atomizado e individual, que é na unidade que está a força e que, mesmo com algum sacrifício, damos o que temos. Dar a coragem de não desistir da Paz é, talvez, o mais brilhante de nós.

A projeção de trabalhadores imigrantes, negros, ciganos, sul-asiáticos e pobres como responsáveis pelos problemas sociais e económicos é parte constitutiva do projeto neoliberal que produz e organiza as frustrações dos trabalhadores.

O ponto central que procuramos sinalizar nesta ultrassintética exposição é a indissociabilidade entre o colonialismo (escravidão e racismo) e a sociedade capitalista enquanto modo de relação e produção social vigente.

Aconteceu o que se poderia chamar «uma falha na Matrix», que já estará a ser reparada, mas a verdade é que durante um dia lá tivemos direito a ser informados do que são – de facto – os seguros de saúde e os planos macabros para o nosso futuro.