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Ante a greve geral, o «anti-sistema» Chega fica do lado do Governo e do patronato

Com o anúncio de Greve Geral chegou o momento dos partidos dizerem de que lado  estão. Entre os patrões que querem intensificar a exploração ou os trabalhadores que pretendem lutar, André Ventura acusou os sindicatos de serem «sanguessugas». 

CréditosRodrigo Antunes / Lusa

Depois da aprovação da descida do IRC que aumenta os lucros dos grandes grupos económicos, o Chega volta a dar a mão ao Governo e desta vez a opção de ficar do lado dos senhores do sistema fica ainda mais evidente. Face a um pacote laboral que intensifica os instrumentos de exploração, o partido de André Ventura diz estar disponível para negociar com o Governo e aprovar as alterações ao Código do Trabalho. 

Além de dizer que «não precisamos de uma greve geral», em declarações aos jornalistas, André Ventura optou por insultar os sindicatos, algo que nunca quis fazer com as confederações patronais que beneficiam de todas as ajudas do poder político de forma a ampliar as suas margens de lucro. 

Segundo o presidente do Chega, o país necessita de «grande consenso nacional sobre precisarmos de modernizar a nossa economia», e a única alteração que está disposto a fazer é a questão da amamentação. Sobre a intensificação dos ritmos de trabalho, a facilitação dos despedimentos, o aprofundamento da precariedade, ou a limitação do direito democrático à greve, André Ventura nada disse. 

«Isto é uma questão que o Governo pode resolver com o Chega. Estamos dispostos a sentar-nos, se for preciso amanhã, e a resolver isto», frisou o presidente do Chega, vincando que graças à sua acção o governo «não se pode queixar da falta de apoio». 

Ainda esta quinta-feira, dia 13 de Novembro, Rita Matias participou num debate na Antena 1 a propósito da Greve Geral e do pacote laboral e, além de afirmar perentoriamente que é «precoce fazer ameaças de greves e de paralizações que em nada trazem resultados», como se não fosse necessária oposição a um pacote laboral desenhado à medida dos interesses dos grandes grupos económicos. 

Sem conseguir desenvolver muito o tema por evidente falta de conhecimento e preparação, a deputado do Chega, ao ser interrompida por Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, acabou por assumir que o seu partido deu a mão à AD na redução do IRC e nas borlas fiscais, garantido assim a distribuição de lucros históricos pelos accionistas das empresas do PSI-20. 

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