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Mais de uma centena de movimentos, colectivos e associações apoiam a greve geral

A notícia é dada através do Movimento Vida Justa que anunciou que 113 movimentos, colectivos e associações de todo o país apoiam a greve geral. Para as estruturas, a proposta de  pacote laboral está «mascarada de agenda do trabalho para o século XXI», mas pretende «impor normas do século XIX».

Milhares de pessoas participaram na manifestação «Sem justiça não há paz», promovida pelo movimento Vida Justa, contra a violência policial nos bairros e em homenagem a Odair Moniz, baleado mortalmente pela PSP na madrugada de segunda-feira, na Cova da Moura. Lisboa, 26 de Outubro de 2024 
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

É a prova que o apoio à greve geral é um movimento crescente. O movimento Vida Justa enviou um e-mail à comunicação social no qual dá conta que 113 movimentos, colectivos e associações de todo o país apoiam a greve geral. Na comunicação feita, o movimento enviou também o documento subscrito pelas estruturas. 

«As associações, movimentos e colectivos que lutam pelos interesses das populações não podem deixar de reagir à proposta de pacote laboral do governo que, mascarada de agenda do trabalho para o século XXI, pretende impor normas do século XIX». É desta forma inequívoca que começa o tal documento que não fica por aqui.

No mesmo pode ler-se que foi nos finais do século XIX que os trabalhadores, através da luta, conquistaram as oito horas de trabalho e que o objectivo do Governo PSD/CDS-PP abre as portas a que trabalhem 10 horas por dia sem receberem horas extraordinárias, o que se materializa num autêntico retrocesso social. 

Segundo o mesmo, o pacote laboral que está em cima da segue-se a outras 24 alterações às leis do trabalho desde 2003 que fizeram com que os trabalhadores tenham menos salários, mais precariedade e que permitiram que seja mais fácil e barato despedi-los. 


«São cerca de 150 medidas que pretendem baixar o salário dos trabalhadores e dar ainda mais dinheiro aos patrões. Ao contrário da propaganda, já temos flexibilidade laboral a mais.
Metade dos trabalhadores ganham menos de 1000 euros brutos, é muito fácil despedir, o trabalho é precário para a maioria dos jovens, e aposta-se numa economia de baixos salários», relembram os movimentos, colectivos e associações subscritores. 

Por estas razões, são os mesmos a afirmar que não podem ignorar um documento que ataca o futuro e fará com que as próximas gerações vivam muito pior que as anteriores gerações de trabalhadores. «Só haverá progresso social com justiça laboral, melhores salários e condições que garantam uma maior igualdade e dignidade de quem trabalha», reiteram os subscritores.
 


 

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