Lamentando todas as perdas sofridas, de bens, potencial produtivo e biodiversidade, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) emitiu um comunicado no qual solidariza-se com todos os que, «no terreno, sofrem as pesadas consequências dos fogos: as populações rurais, agricultores e produtores florestais, e os operacionais que combatem as chamas».
Apesar de considerar que este «é o tempo do combate às chamas», a CNA entende que o Governo deve, desde já, mobilizar todos os meios necessários para o apuramento dos prejuízos sofridos e da perda do potencial produtivo. Para a mesma, e de forma a que tal seja feito, desburocratizar os apoios necessários de forma a «ressarcir os pequenos e médios agricultores e produtores florestais afectados, e ajudas à alimentação dos animais no caso da destruição de pastagens e outras».
A par dos apoios financeiros, é ainda exigido que o Governo promova a criação de Parques de Recepção e Comercialização das Madeiras salvas dos incêndios, com preços mínimos, de forma a garantir rendimento aos pequenos e médios produtores.
Além das medidas de carácter de urgência, a CNA exige ainda medidas estruturais «necessárias à boa gestão florestal», como é exemplo o combate aos baixos preços impostos à produção florestal, que «são a grande razão para o estado actual de muitos
milhares de hectares».
Para a CNA, os incêndios têm também origem no declínio do número de explorações agrícolas familiares promovido durante décadas por Governos nacionais e pela União Europeia, através da Política Agrícola Comum (PAC). Neste sentido, o comunicado relembra a redução drástica (-44%) de apoios à floresta no âmbito da terceira reprogramação do Plano Estratégico da PAC (PEPAC) para 2023-2027 cujo o Executivo apoiou e promoveu.
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