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Leonardo Mathias foi secretário de Estado de Pires de Lima, o ministro que assegurou que a Altice não iria despedir

Ex-governante diz que novos donos da PT e do Novo Banco vão vender a curto prazo

Um ex-secretário de Estado de Pires de Lima no anterior governo, hoje a trabalhar para um fundo abutre, diz que a Altice e a Lone Star vão estar «vendedoras» da PT e do Novo Banco «a cinco ou a sete anos».

Leonardo Mathias (à esquerda) foi secretário de Estado Adjunto e da Economia enquanto António Pires de Lima (à direita) era ministro da Economia, no governo do PSD e do CDS-PP. 11 de Setembro de 2014
CréditosTiago Petinga / Agência LUSA

Leonardo Mathias, que era secretário de Estado da Economia quando o anterior governo apadrinhou a venda da PT à Altice, afirmou, em entrevista ao Público, que é «inevitável» que a empresa queira vender a operadora de telecomunicações nacional a curto prazo. Uma realidade que considera que se deve repetir com o fundo abutre Lone Star e o Novo Banco.

Mathias defende estes «investidores mais oportunistas» e explica que cumprem um papel: substituir investidores de longo prazo. Para o ex-governante, não há qualquer problema na entrada destas instituições – que caracteriza como «oportunistas» – no capital de várias das maiores empresas portuguesas, desde que «cumpram a legislação e sejam devidamente supervisionados».

Após a saída do governo do PSD e do CDS-PP, Leonardo Mathias assumiu o cargo de senior adviser na SVP Global, um fundo abutre especializado em comprar dívida bancária em incumprimento ou em risco.

Em Fevereiro de 2015, quando a Altice comprou a PT Portugal, o ministro da Economia, Pires de Lima, afirmou que, se «forem cumpridas as intenções que me foram declaradas, isso será seguramente bom para a economia portuguesa», após um encontro com a administração da multinacional em Paris. Poucos dias depois, num encontro com sindicatos da PT, disse que a Altice garantira que não haveria despedimentos.

Os trabalhadores da PT Portugal têm estado em luta contra a intenção da Altice de promover a saída de funcionários para empresas parceiras, algumas do mesmo grupo, e cumpriram um dia de greve a 21 de Julho, quando realizaram uma manifestação com milhares de participantes, em Lisboa.

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