«Tem formação para isto tudo? Obviamente que não! É mais remunerado por isso? Claro que não! Mas isso interessa? Naturalmente não! O importante é que a Governação fique bem na fotografia e na notícia! Então tudo estará bem!».
Trata-se de uma denúncia da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) através de um comunicado, onde considera que a «governação da instituição militar manifesta a consolidação da tendência de desqualificação e descaracterização da Condição Militar», sublinhando que os militares são hoje «pau-para-toda-a-obra, sem horários e sem as devidas recompensas».
Segundo a AOFA, não existe uma política que vise «aumentar os valores da tabela base de vencimentos dos militares», os vencimentos na reforma ou «resolver as ineficiências e inexistências» do hospital militar. Por outro lado, não só não se «verifica a tão propalada inversão de tendência no recrutamento para as fileiras militares», como se mantém «o elevado número de saídas», dado que, na perspectiva da AOFA, servir nas Forças Armadas «é cada vez mais algo desinteressante e penoso, a todos os níveis e em todas as dimensões».
A Associação de Oficiais chama ainda a atenção para o facto de muitos dos «escolhidos pela governação para assumirem lugares de Comando, Direção ou Chefia estarem mais empenhados em manter os seus cargos e defender as suas carreiras do que zelar pela Condição Militar e pelos militares que lhe dão substância, corpo, alma, espírito, função, sangue suor, lágrimas e, no limite, a própria vida».
Nesse sentido, a AOFA manifesta o seu empenho «na defesa dos direitos militares, contra este estado de coisas», e reclama por um «processo de concertação social com os militares», que permita negociar «as condições adequadas e justas para o exercício digno da profissão militar», nomeadamente, «as promoções dos militares na data e na hora da criação da vacatura, sem prejuízo na remuneração e no cálculo da sua pensão de reforma, o aumento dos vencimentos, dos suplementos especiais e dos cálculos das pensões de reforma, sem as reduções brutais que lhes estão consagradas com o modelo de cálculo vigente».
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