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«Aquilo a que assistimos é à violação sistemática e permanente do contrato estabelecido com a TML, a entidade gestora da Carris Metropolitana, com sérias e preocupantes consequências na vida quotidiana de muitos milhares de pessoas do nosso concelho que precisam dos transportes públicos para se deslocarem», refere a carta reivindicativa entregue à ALSA/TODY, enviada pela Câmara Municipal de Setúbal (CMS) e as cinco freguesias do concelho (Azeitão, Sado, Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, São Sebastião e União de Freguesias). 

Embora utilizem a marca da Carris Metropolitana, os autocarros e os motoristas desta operação estão contratados a uma empresa privada (neste caso, a ALSA/TODY) que ganhou a concessão num dos quatro lotes da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Neste caso, a área engloba os municípios de Alcochete, Montijo, Moita, Palmela e Setúbal.

«Continuamos a ter percursos que não estão a ser realizados e horários que não são cumpridos. Mantém-se a falta de informação pública, continua sem funcionar o sistema de controlo que permite verificar em tempo real a localização dos autocarros, assim como continuamos a não ter os prometidos painéis de informação que foram anunciados e mantém-se a falta de colocação de horários nas paragens». 

As preocupações do poder local setubalense, «perante a reconhecida e pública continuação das deficiências de funcionamento da Carris Metropolita», agravam-se com a chegada de um novo ano lectivo, em que é indispensável que os serviços de transportes públicos prestados pela operadora funcionem de acordo com o que foi contratualizado com a empresa ALSA/TODY.

Os autarcas defendem que a ALSA/TODY deve, com a maior urgência, prestar esclarecimentos públicos sobre as medidas adoptadas para «corrigir as deficiências com que tem, inaceitavelmente, prestado às populações do concelho o serviço a que concorreu».

Área Metropolitana de Lisboa (AML) pondera rescindir contratos se empresas privadas não cumprirem serviços com que se comprometaram

Em entrevista à agência Lusa, Carlos Humberto, primeiro-secretário da AML, acredita que o serviço prestado pelas empresas privadas à Carris Metropolitana venha a melhorar no corrente mês de Setembro. «Os operadores da península de Setúbal, Alsa Todi e TST (Transportes Sul do Tejo), comprometeram-se com um conjunto de responsabilidades, mas não estão a cumprir».

O responsável pelo orgão executivo da AML deixa o aviso: «não deixaremos de agir, jurídica e legalmente, em relação às empresas que não estão a cumprir, porque as situações de incumprimento têm consequências graves para muitos utentes dos transportes públicos».  

O objectivo deste organismo, a AML, que congrega os 18 municípios da região de Lisboa, «não é multar, nem avançar para a rescisão de contratos, mas garantir uma melhoria global do serviço da Carris Metropolitana», com ou sem as empresas privadas contratualizada actualmente.