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Um massacre: Israel atacou civis à espera de comida

Pelo menos 77 mortos e 250 feridos é o resultado preliminar do ataque israelita desta manhã a uma fila de pessoas que esperavam por ajuda alimentar no Norte da Faixa de Gaza.

Destruição na Faixa de Gaza cercada, a 27 de Fevereiro de 2024 
Destruição na Faixa de Gaza cercada, a 27 de Fevereiro de 2024 Créditos / PressTV

De acordo com fontes médicas, tropas israelitas abriram fogo, com metralhadoras, contra milhares de civis do Norte do enclave costeiro, sobretudo das cidades de Gaza, Jabalia e Beit Hanoun, que aguardavam a chegada de camiões com comida, num contexto de má-nutrição e fome generalizada.

Muitos dos feridos foram levados para o Hospital al-Shifa, mas o número excede a capacidade de resposta do pessoal médico para lidar com estes casos, refere a Wafa.

Jadallah al-Shafei, chefe do departamento de enfermagem do al-Shifa, disse que «não há palavras para descrever a situação», referindo-se ao resultado do ataque israelita contra as pessoas que esperavam por comida.

«Faz lembrar as cenas sombrias do Hospital Baptista de há quatro meses, onde 500 pessoas foram mortas num ataque israelita», disse, citado pela Al Jazeera.

Relatou que, «desde as primeiras horas da manhã, o hospital foi inundado com dezenas de cadáveres e centenas de feridos. A maioria das vítimas sofreu ferimentos de bala e estilhaços na cabeça e na parte superior do corpo. Foram atingidos directamente por disparos de artilharia, mísseis de drones e tiros».

Disse ainda que não há salas de cirurgia, nem pessoal médico, e que não há material médico ou combustível no hospital, acrescentando que os feridos «estão todos em estado crítico, deitados no chão».

Pessoal médico a tratar dos feridos no Hospital Kamal Adwan, a 29 de Fevereiro de 2024 // Karam Assam / Anadolu

Um repórter da Al Jazeera no terreno informou que os mortos e feridos foram levados para os hospitais al-Shifa e Kamal Adwan, que estão a ter dificuldades para lidar com o grande número de vítimas.

Referindo que os palestinianos estão ainda a tentar retirar muitos corpos do local do ataque, com as ambulâncias impossibilitadas de lá chegar, porque as estradas foram «completamente destruídas», o repórter denunciou que, à medida que os tanques israelitas abriam fogo contra as pessoas na fila, «avançavam e passavam por cima de muitos dos mortos e feridos».

Entretanto, o Ministério palestiniano da Saúde informou que, desde o início da mais recente agressão israelita a Gaza, a 7 de Outubro, foram mortas pelo menos 30 035 pessoas e 70 457 ficaram feridas.

Alertas para a crise humanitária no Norte de Gaza

O ataque israelita desta manhã ocorre num contexto de alastramento da fome no enclave costeiro palestiniano e de alertas para a situação das pessoas que permanecem no Norte do território.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla inglesa), a população de Gaza sofre «níveis sem precedentes de insegurança alimentar e fome aguda». A FAO refere que toda a população do território se encontra num dos três níveis da fome (emergência, crise e desastre), algo a que o organismo das Nações Unidas nunca assistira em nenhum país do mundo.

No passado dia 26, a Oxfam afirmou que a má-nutrição está bastante disseminada no Norte de Gaza, devido ao bloqueio e à agressão israelita, havendo registos de pessoas que bebem água da sanita, comem ervas e utilizam forragem para animais para fazer pão.

Com muitas explorações agrícolas arrasadas, 70% da frota pesqueira destruída e Israel a restringir severamente a ajuda humanitária, os casos de má-nutrição e fome agravam-se, e o risco de genocídio aumenta na região septentrional, alerta a organização não governamental, que estima que ainda vivam no Norte do território 300 mil palestinianos, apesar das tentativas de Israel para os deslocar à força.

«A paisagem é de destruição total. Os agricultores, as pessoas, os animais não têm nada. As condições mínimas para alguém se manter vivo não existem no Norte de Gaza», afirmou.

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