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As pessoas «estão a viver o inimaginável» na Cidade de Gaza, afirma a Unrwa

«Tudo o que se vê são casas e estradas destruídas», declarou uma enfermeira da Unrwa numa mensagem enviada da Cidade de Gaza, onde os bombardeamentos são incessantes e as famílias fogem como podem.

As forças de ocupação bombardeiam escolas da Unrwa e outros edifícios no campo de refugiados de al-Shati, na Faixa de Gaza, a 13 de Setembro de 2025 CréditosKhames Alrefi / Anadolu

Numa sucessão de publicações na sua conta de Twitter (X), a Unrwa (agência da ONU para os refugiados palestinianos) denuncia que bairros inteiros da Cidade de Gaza e de Jabalya estão a ser esvaziados e que mais de 86% do território palestiniano se encontra agora sujeito a ordens de evacuação ou em zonas militarizadas.

«As famílias estão a fugir sem um local seguro para onde ir», alerta, reiterando que o enclave palestiniano está a ser «completamente obliterado», se está a tornar uma «terra de ninguém» e parece ser «cada vez mais impróprio para a vida humana», em virtude da escalada israelita.

Este domingo, a agência das Nações Unidas reafirmou que as crianças estão a passar fome, as famílias estão a ser obrigadas a fugir e as pessoas estão aterrorizadas.

Neste contexto de agressão israelita em grande escala, «a vontade política e a tomada de decisões são mais necessárias do que nunca», frisou.

Bombardeamentos constantes

Também este domingo, a Unrwa alertou para os ataques incessantes da ocupação na Cidade de Gaza, onde continuam a ser destruídos edifícios e escolas que serviam de refúgio a milhares de pessoas.

«Milhares estão a ser obrigados a escapar. A saída possível para muitos é caminhar. Há falta de abrigos e tendas. Não há locais seguros», declarou a agência num contexto de vítimas civis crescente, destruição generalizada de infra-estruturas e colapso dos serviços básicos – provocados pelos bombardeamentos israelitas.

Neste sentido, a Unrwa reiterou o apelo ao cessar-fogo, ao levantamento do bloqueio imposto pela ocupação e ao acesso irrestrito à ajuda humanitária, advertindo que o tempo se está esgotar para evitar uma «catástrofe ainda maior».

Enquanto isto, os bombardeamentos israelitas contra o enclave prosseguiam, provocando a morte de mais de cinco dezenas de pessoas só na manhã e na tarde de domingo.

Em simultâneo, o Ministério da Saúde em Gaza informou que outras duas pessoas haviam falecido no enclave devido à fome e à má-nutrição nas 24 horas anteriores, elevando para 422 o número de vítimas nesse contexto (145 das quais crianças).

No mesmo período, as autoridades de saúde registaram a entrada nos hospitais dos corpos de dez pessoas que foram mortas nos chamados pontos de ajuda. Outras 18 foram feridas.

A guerra genocida que Israel leva a cabo na Faixa de Gaza há mais de 700 dias provocou a morte de pelo menos 64 871 palestinianos e deixou 164 610 pessoas feridas.

Milhares de vítimas continuam sob os escombros, inalcançáveis por equipas de resgate devido aos ataques israelitas.

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