Em declarações à imprensa este domingo, Ingram sublinhou a necessidade urgente de comida e água, bem como o facto de milhares de crianças continuarem a ir de barriga vazia para a cama todas as noites, apesar do cessar-fogo em curso.
Para a porta-voz da Unicef, a trégua é uma «boa notícia», porque significa o fim dos bombardeamentos diários israelitas que matavam crianças, mas «não é suficiente por si só para acabar com a fome ou garantir que as famílias têm acesso a água potável», indica a PressTV.
«As famílias em Gaza ainda lutam diariamente para sobreviver, e as infra-estruturas que forneciam serviços essenciais, como água e cuidados médicos às crianças, foram gravemente danificadas», explicou Ingram, referindo que o acesso a estas necessidades básicas continua a ser extremamente difícil.
Afirmando que a quantidade de ajuda que entra na Faixa de Gaza aumentou ligeiramente nas duas primeiras semanas que se seguiram ao cessar-fogo, Ingram sublinhou que este fluxo é ainda «lamentavelmente insuficiente».
Disse ainda que os níveis de ajuda recebidos se situam muito abaixo dos que entravam no enclave antes do começo da guerra de agressão.
Apesar do acordo de cessar-fogo alcançado, cerca de 650 mil crianças continuam sem poder regressar à escola, frisou a responsável da Unicef, que também se referiu ao facto de muitas sofrerem de doenças curáveis, devido à falta de tratamento que decorre da escassez severa de médicos e medicamentos.
Violações repetidas do cessar-fogo
A actual trégua na Faixa de Gaza, em vigor desde 10 de Outubro último, tem sido repetidamente violada por parte das forças de ocupação.
Na manhã de ontem, foi divulgada a morte de mais dois palestinianos no Sul do enclave, perpetrada pela ocupação sionista.
De acordo com as autoridades de saúde no território, desde a implementação do cessar-fogo, pelo menos 236 palestinianos foram mortos e mais de 600 ficaram feridos em ataques israelitas.
Desde 7 de Outubro de 2023, acrescenta a Wafa, a ofensiva genocida provocou pelo menos 68 865 mortos e 170 670 feridos. Estima-se que milhares de corpos continuem soterrados sob os escombros.
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