O Ministério sírio dos Negócios Estrangeiros condenou de forma veemente, esta terça-feira, a decisão da União Europeia (UE) de endurecer as «medidas coercivas unilaterais» contra o país levantino, alegando que tais sanções não afectam a prestação de ajuda humanitária.
A condenação segue-se à actualização da lista de sanções contra a Síria por parte da UE, na passada segunda-feira, que passam a abranger mais 25 indivíduos e oito entidades. O bloco europeu alega que são responsáveis pela produção e pelo tráfico de droga.
A diplomacia síria acusa a UE de mentir «quando afirma que as sanções» impostas ao país «não impedem a prestação de ajuda humanitária nem o acesso a alimentos e material médico».
A declaração emitida, ontem divulgada pela agência Sana, afirma ainda que o levantamento parcial de sanções de que a UE se vangloria «não tem qualquer efeito», tratando-se de um anúncio de «propaganda mediática para esconder a realidade das políticas europeias hostis relativamente à Síria».
As sanções contra a Síria por parte do Ocidente intensificaram-se com a guerra terrorista imposta ao país em 2011. O cerco tornou-se ainda mais apertado, em 2020, quando Washington aplicou novas medidas de efeito extraterritorial, ao abrigo da chamada Lei César.
Nesse mesmo ano, James Jeffrey, antigo embaixador norte-americano na Turquia e no Iraque, assinalava que as sanções impostas pelo Ocidente à Síria se integravam numa «campanha de máxima pressão» e reconhecia o bom comportamento dos europeus nos esforços contra a reconstrução do país árabe e contra o reconhecimento diplomático.
«Estão a aprovar pacotes de sanções atrás uns dos outros», frisou Jeffrey.
Joshua Landis, académico da Universidade do Oklahoma e especialista no Médio Oriente e na Síria, defendeu que as sanções norte-americanas e europeias «aprofundam a miséria do povo sírio, dificultam os esforços de reconstrução e asfixiam a economia», refere o portal The Cradle.
Para Damasco, as políticas de bloqueio e sanções são «a outra face do terrorismo».
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