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Venezuela ergue a voz contra as medidas coercivas unilaterais

No Dia Internacional contra as Medidas Coercivas Unilaterais, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Yván Gil, denunciou as 1042 sanções impostas ao seu país pelos EUA e aliados europeus.

Yván Gil Pinto, ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela (imagem de arquivo) Créditos / orinocotribune.com

«Basta de medidas coercivas unilaterais!», escreveu o diplomata na sua conta de Telegram, sublinhando que as 1042 sanções «criminosas» impostas ao povo venezuelano visam «quebrar a vontade de um país que escolheu o caminho da soberania sob a liderança do presidente Nicolás Maduro e o poder popular».

Gil lembrou que essas medidas, além do impacto que têm sobre o povo venezuelano, também levaram à interrupção de «programas de solidariedade e cooperação como o PetroCaribe, que beneficiavam toda a região».

Neste Dia Internacional contra as Medidas Coercivas Unilaterais, «exigimos a eliminação destes instrumentos de dominação e denunciamos a ameaça militar que paira sobre o nosso país», afirmou.

«Juntos, defenderemos a nossa soberania e os direitos do nosso povo!», declarou ainda o diplomata venezuelano.

Gil Pinto lembrou que esta data se assinala pela primeira vez, depois de, em Junho último, a Assembleia Geral das Nações Unidas ter aprovado por grande maioria (116 votos contra 51) a resolução 79/193, apresentada pela Venezuela com o apoio do Grupo de Amigos da Carta das Nações Unidas, que estabeleceu 4 de Dezembro como o Dia Internacional contra as Medidas Coercivas Unilaterais.

«Este dia insta-nos a levantar a nossa voz contra este crime que afecta os nossos povos e a exigir o fim imediato das medidas coercivas impostas por governos que procuram provocar o colapso económico de países soberanos», enfatizou.

Neste contexto, exigiu, em particular, «o fim do bloqueio desumano a Cuba, que foi imposto pelos EUA durante mais de 60 anos com total impunidade, apesar do repúdio crescente que se manifesta a cada ano».

Gil lembrou que a Venezuela também foi vítima das medidas coercivas por parte de Washington e da Europa, com «um impacto profundo na nossa população, como foi corroborado por especialistas da ONU».

«Ainda assim, sob a liderança do presidente Nicolás Maduro, demonstrámos uma força notável ao reconstruir a nossa economia e garantir a protecção social do nosso povo», destacou.

Mais de 76 países estrangulados por estas medidas ilegais

Samuel Moncada, representante permanente da Venezuela junto das Nações Unidas, discursou esta quinta-feira na sessão plenária da Assembleia Geral destinada a celebrar o primeiro Dia Internacional contra as Medidas Coercivas Unilaterais, tendo instado ao levantamento completo, imediato e incondicional de todas as medidas impostas a mais de 76 países no mundo.

Ao intervir em nome do Grupo de Amigos da Carta da ONU, o diplomata venezuelano classificou essas medidas como «armas de guerra», tendo exortado todos os estados-membros das Nações Unidas a não «reconhecer ou implementar tais práticas ilegais», e solicitado às instituições financeiras internacionais e outros organismos a «cessar qualquer forma de cumplicidade neste âmbito», indica a Prensa Latina.

Moncada reafirmou a sua solidariedade a países que sofrem com as sanções unilaterais, nomeadamente a Bielorrússia, Cuba, República Popular Democrática da Coreia, Eritreia, Irão, Nicarágua, Venezuela, Zimbabwe e todos os países em desenvolvimento.

Afirmando que mais de 76 países estão a ser estrangulados «por políticas ilegais» que podem ser descritas como uma «campanha de máxima crueldade calculada», o diplomata bolivariano sublinhou que as medidas coercivas unilaterais são armas de guerra económica que «podem ser tão letais como as armas convencionais», e que nada as pode legitimar.

Ao bloquear o acesso ao financiamento, à tecnologia, aos medicamentos e comida, essas medidas ilegais paralisam o potencial produtivo dos países visados, cortam as cadeias de abastecimento e estrangulam o investimento, disse Samuel Moncada.

Neste sentido, destacou que a rejeição das medidas coercivas unilaterais significa a defesa dos fundamentos do multilateralismo, e que neste dia internacional se renova a determinação de «alcançar um mundo livre destas políticas ilegais, cruéis e desumanas».

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