Centrais sindicais no estado gaúcho lançaram, na sexta-feira, uma nota conjunta contra o assédio eleitoral e em defesa da democracia. Trata-se de uma resposta ao «aumento exorbitante» do número de denúncias de coacção sobre trabalhadores, violando o direito de voto livre e secreto na segunda volta das eleições presidenciais, marcadas para o próximo dia 30.
De acordo com os dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), até dia 21 foram registadas 1112 denúncias em todo o país sul-americano, envolvendo 750 empresas. Em 2018, foram contabilizados 212 casos em todo o Brasil, indica o Portal Vermelho.
No texto, as centrais sindicais no Rio Grande do Sul repudiam «a onda de assédio eleitoral promovida por empresários inescrupulosos que não têm compromisso com as liberdades democráticas e com a lei», e exigem a «rápida responsabilização por parte das instituições, como o Ministério Público e o Judiciário, para que possamos ter eleições verdadeiramente livres».
As organizações representativas dos trabalhadores sublinham que «o Brasil possui todas as condições de ser uma nação próspera» e acusam o actual governo de ser responsável pela «desigualdade, o atraso, a exclusão social e a retirada de direitos».
As consequências são «a fome, o preço alto dos alimentos, o descaso com a pandemia, a escassez de empregos decentes, a violência e a falta de perspectivas» para as gerações mais novas.
«Estamos diante de uma grande oportunidade de mudar os rumos do país», afirmam, pedindo aos trabalhadores que «não se deixem intimidar» e lembrando-lhes que o «seu voto é livre e secreto».
Explicam, além disso, que o «assédio eleitoral é crime» e que os trabalhadores devem denunciar as situações de coacção junto do MPT (https://mpt.mp.br).
O documento é subscrito por CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, CSP-Conlutas, CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Pública – Central do Servidor e Fórum Sindical e Popular.
Silêncio do patronato
No passado dia 18, o Brasil de Fato pediu a três associações empresariais do estado do Rio Grande do Sul que se posicionassem perante a questão do crime de assédio eleitoral, que tem estado a ser denunciado.
Na mensagem que lhes foi enviada, o portal brasileiro perguntava o que pretendiam fazer sobre «as frequentes notícias envolvendo pressão indevida de patrões sobre seus empregados, obrigando-os a votar ou a não votar em determinado candidato seja sob promessa de aumento salarial ou outra vantagem, seja sob pena de demissão ou outra penalidade».
Sem resposta, a mensagem foi novamente enviada às três entidades no dia 20. No dia seguinte, a Fecomércio respondeu dizendo «que não se manifestaria sobre o assunto». A Fiergs e a Federasul não responderam.
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