Fátima Mahfud, representante da Frente Polisário em Itália, esteve presente na inauguração do evento que se prolonga até ao próximo dia 20, com o intuito de divulgar a ocupação, a história, a cultura, a arte, a literatura, a música e a gastronomia do povo saarauí, revela o Sahara Press Service (SPS).
A acompanhar os eventos programados, está a exposição fotográfica de Renato Ferrantini, intitulada «Saharawi. Oltre l’attesa» e que resulta das viagens que o fotógrafo realizou aos campos de refugiados saarauís no ano passado.
Às duas dezenas de fotos, indica a fonte, juntam-se entrevistas e testemunhos sobre a condição política e social das mulheres e homens que vivem nos campos de refugiados desde 1975.
Ao longo da semana, têm tido lugar debates, com a participação de Fátima Mahfud, Mohamed Dihani (defensor dos direitos humanos nos territórios ocupados), jornalistas e personalidades da cultura italianos.
Também houve exibição de curtas e longas-metragens, conferências e, esta quarta-feira, uma noite dedicada à literatura e poesia saarauís, com Amina Magi.
No próximo sábado, 20, estará em destaque a música saarauí, com apresentação e som a cargo de Gianluca Diana.
Sobre a Jaima, a tenda tradicional do povo do deserto que dá nome a esta semana de cultura e resistência em Roma, diz o SPS: «É um símbolo da "liberdade" ou mesmo da "impermanência" de uma cultura nómada e essencialmente oral, ligada aos elementos naturais – o vento, a areia, as nuvens – mas tornou-se também um símbolo de resistência e identidade forte, especialmente depois de Gdeim Izik: o campo de jaimas que surgiu em 9 de Outubro de 2010, no Saara Ocidental ocupado para protestar contra a discriminação, a violência e a negação de direitos por parte do reino de Marrocos.»
Em poucas semanas, as jaimas multiplicaram-se, passando de várias centenas para diversos milhares, «unindo o povo saarauí dos territórios ocupados num grito de liberdade e autodeterminação».
No entanto, «a 8 de Novembro, o Exército marroquino atacou, destruindo o acampamento e fazendo mais de 3000 detenções. Desde então, foi proibida a construção de jaimas nos territórios ocupados do Saara Ocidental».
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