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Relatório mostra números inéditos de deslocados internos em 2023

No final de 2023, quase 76 milhões de pessoas encontravam-se deslocadas nos seus próprios países, 68,3 milhões das quais por conflitos, revelou o Centro de Monitorização de Deslocados Internos (CMDI).

Inundações destruíram casas na Somália em Outubro de 2023 CréditosClaudia Rosel / OIM

Só o ano passado 20,5 milhões de pessoas tornaram-se novos refugiados nos seus próprios países, com quase dois terços em apenas três: Sudão, República Democrática do Congo e Palestina, divulgou o CMDI no seu relatório anual, publicado esta terça-feira.

Estes novos refugiados internos juntaram-se, em 2023, a muitas outras pessoas que já viviam deslocadas por causa de guerras, conflitos e violência dentro dos seus países.

No final do ano passado, havia 68,3 milhões de deslocados internos devido a violência e conflitos, mais de metade dos quais em cinco países: Sudão, Síria, República Democrática do Congo, Colômbia e Iémen.

Nos últimos cinco anos, revelou o organismo, o número de pessoas deslocadas internamente devido à guerra aumentou 49%, o que corresponde a mais 22,6 milhões de refugiados.

Apesar de, na maior dos casos, os deslocados internos fugirem da guerra, há cada vez mais refugiados por questões climáticas, destaca igualmente o relatório do CMDI, organismo criado pelo Conselho Norueguês para os Refugiados (CNR).

Catástrofes como incêndios florestais, inundações, tempestades ou terramotos provocaram 26,4 milhões de deslocamentos internos em 2023, o que representa 56% do total dos deslocamentos registados nesse ano.

«Jamais registámos tantas pessoas forçadas a abandonar as suas casas e comunidades. É um veredicto contundente sobre as falhas na prevenção de conflitos e na promoção da paz», disse o secretário-geral do CNR, Jan Egeland, na apresentação do relatório, em Genebra (Suíça).

«O sofrimento e os deslocamentos prolongam-se bem para lá do ciclo noticioso. Com demasiada frequência, o seu destino termina em silêncio e negligência. A falta de protecção e de ajuda que milhões de pessoas sofrem não pode continuar», acrescentou Egeland.

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