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Violência dos colonos na Cisjordânia ocupada bate recordes

A ONU revelou que a violência dos colonos judeus contra palestinianos na Margem Ocidental regista níveis sem precedentes em 2025, com uma média mensal de 44 feridos – a mais elevada em 20 anos. 

A UNOCHA afirma que a violência dos colonos na Margem Ocidental ocupada atingiu o nível mais elevado em duas décadas Créditos / PressTV

A informação foi divulgada pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) no seu mais recente boletim semanal, no qual se dá conta de mais de 220 feridos palestinianos na Cisjordânia ocupada desde o início do ano, em virtude dos ataques de colonos.

O relatório destaca também o facto de a comunidade beduína de Maghayer ad-Deir (cerca de 120 pessoas) ter sido deslocada à força, na sequência do estabelecimento de um quarto posto avançado de colonos israelitas nas imediações da aldeia.

Para além da violência dos colonos, intensificaram-se em toda a Margem Ocidental ocupada as operações das forças militares israelitas.

Desde o início do ano, refere o organismo, 80 palestinianos foram deslocados à força depois de as forças de ocupação levarem a cabo demolições punitivas.

Só em Maio, 50 casas foram destruídas no campo de refugiados de Nur Shams, enquanto noutro caso, no campo de Tulkarem, os residentes foram avisados três horas antes de 20 edifícios serem demolidos, refere a UNOCHA.

Com início a 21 de Janeiro último, a operação militar «Muro de Ferro», lançada pelas forças de ocupação sionistas contra várias cidades e campos de refugiados palestinianos, mantém-se em curso na Cisjordânia.

De acordo com a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (Unrwa), 33 mil palestinianos permanecem deslocados dos campos de refugiados de Jenin, Nur Shams e Tulkarem – e não têm possibilidade de regressar a suas casas.

O relatório aponta ainda as restrições de movimentos impostas pelas forças de ocupação no distrito de Salfit, que limitaram enormemente a mobilidade e o acesso de cerca de 90 mil pessoas a serviços básicos – incluindo cuidados de saúde, educação e emprego.

Colonos raptam e torturam dois irmãos

Entretanto, divulgou a Wafa, um grupo de colonos judeus raptou e torturou dois irmãos de nacionalidade norte-americana-palestiniana na aldeia de Burqa (imediações de Ramallah).

Identificados como Ghassan e Imad Jaber, os irmãos foram atacados quando iam visitar familiares na aldeia, tendo acabado por ser libertados e levados para um hospital, segundo revelaram fontes locais a imprensa árabe.

A violência dos colonos e das forças de ocupação na Margem Ocidental aumentou desde o início da operação de limpeza étnica levada a cabo pelos sionistas na Faixa de Gaza, desde 7 de Outubro de 2023, que provocou cerca de 54 500 mortes documentadas.

No mesmo período, cerca de mil palestinianos foram mortos na Cisjordânia ocupada por forças militares e colonos israelitas.

Em Julho do ano passado, o Tribunal Internacional de Justiça, com sede em Haia, declarou «ilegal» a ocupação israelita dos territórios palestinianos, bem como a evacuação de todos os colonos desses territórios.

Apesar disso, estima-se que mais de 700 mil colonos residam na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental.

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