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Israel continua a violar a trégua em Gaza e a escalar a ofensiva na Cisjordânia

Pelo menos cinco pessoas, incluindo duas crianças, morreram na sequência de um ataque israelita a tendas de deslocados em al-Mawasi, no Sul de Gaza. A resistência classificou a acção como «crime de guerra».

Incêndios provocados pelos ataques israelitas às tendas de deslocados em al-Mawasi, na região de Khan Younis, Sul da Faixa de Gaza, na noite de 3 de Novembro Créditos / @Timesofgaza

Os ataques aéreos e com drones levados a cabo pela ocupação na zona de al-Mawasi, em Khan Younis, incendiaram várias tendas de deslocados, provocando pelo menos cinco mortos e um número indeterminado de feridos – alguns dos quais com queimaduras graves.

No mesmo dia, as forças israelitas atacaram Khan Younis e a Cidade de Gaza, onde dois palestinianos já haviam sido mortos de manhã, no bairro de al-Zaytoun, e levados para o Hospital Árabe al-Ahli, indica a agência Wafa.

Os ataques israelitas desta quarta-feira foram dos mais intensos registados no enclave em dias recentes, estando em vigor o acordo de cessar-fogo implementado a 10 de Outubro último – que tem sido repetidamente violado pela ocupação sionista.

De acordo com dados divulgados esta quinta-feira por fontes médicas no território, as violações sucessivas da trégua provocaram pelo menos 366 mortos e 938 feridos entre a população palestiniana, elevando o número de mortos desde Outubro de 2023 para 70 125 e o de feridos para 171 015.

Os ataques em al-Mawasi, no Sul do enclave, ocorreram pouco depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter acusado combatentes palestinianos – que haviam saído de túneis – de ferir vários soldados israelitas em Rafah, junto à fronteira com o Egipto.

O movimento de resistência Hamas negou qualquer envolvimento nesses alegados confrontos, reafirmou o compromisso com o cessar-fogo e responsabilizou Israel pelas «repercussões desta escalada».

Afirmando que as acções de quarta-feira à noite constituem um «crime de guerra flagrante e um desrespeito pelo acordo de cessar-fogo», o Hamas solicitou aos mediadores internacionais e estados garantes que pressionem a ocupação sionista no sentido de travar «os seus crimes» e de fazer com que respeite os termos do acordo, em que se inclui o fim dos bombardeamentos sobre civis, indica a Anadolu.

Em Novembro, 2144 ataques da ocupação registados na Margem Ocidental

Dados oficiais agora divulgados por uma entidade palestiniana referem que, no mês passado, as tropas e os colonos israelitas executaram 2144 ataques contra pessoas e propriedades na Margem Ocidental ocupada.

O relatório mensal, intitulado «Violações da ocupação e medidas de expansão colonial», foi apresentado esta quarta-feira por Muayyad Shaaban, director da Comissão de Resistência ao Muro e à Colonização, e dá conta de incursões generalizadas, apropriações de terras e destruição.

O documento atribui 1523 ataques às tropas israelitas, com os restantes a serem perpetrados por colonos apoiados pelos militares. Os ataques incluem demolição de casas e destruição de meios de subsistência, confisco de terras, vandalismo, bloqueio de circulação, tiroteios fatais, espancamentos, roubos e intimidação, refere a PressTV.

As comunidades palestinianas, desde a cidade de Nablus, no Norte da Cisjordânia, até às zonas rurais nos montes, relataram um clima de «aprisionamento, luto e desapropriação», disse Shaaban, alertando que os ataques reflectiam uma estratégia coesa «orquestrada para desenraizar os palestinianos nativos e impor uma ordem colonial racista».

A declaração assinalou um endurecimento das afirmações dos palestinianos segundo as quais as violações são «coordenadas, politicamente sancionadas e planeadas para esvaziar as comunidades».

Estima-se que mais de 750 mil colonos judeus vivam actualmente na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, em centenas de colonatos e postos avançados – considerados ilegais à luz do direito internacional.

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