Na sua conta de Twitter (X), a organização escreveu, esta quarta-feira, que «milhares de pessoas deslocadas internamente na Faixa de Gaza estão a lutar para encontrar abrigo seguro na preparação para o frio que se aproxima».
Acrescentou que «os deslocados não têm outra opção senão montar tendas improvisadas», referindo que «ainda são necessários mais materiais para abrigo».
De acordo com o organismo, mais de 79 mil deslocados estão a viver em 85 abrigos geridos pela UNRWA no território, em condições humanitárias cada vez mais precárias, à medida que o Inverno se avizinha.
Na véspera, a agência da ONU referiu-se às primeiras grandes chuvadas da estação e às péssimas condições que a população, a viver em tendas, tem de enfrentar como resultado da destruição generalizada das infra-estruturas pelos ataques israelitas.
«Sem meios para impedir que a água entre» nas tendas, as pessoas dormem no chão molhado ou em colchões ensopados. Além disso, nas enxurradas, misturam-se água limpa, esgoto, lixo e detritos animais, explicou a Unrwa, alertando para os riscos acrescidos de doenças e infecções para uma população que carece de medicamentos.
Também na véspera, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, chamou a atenção para a situação dos milhares de deslocados na Faixa de Gaza, como resultado da guerra de extermínio israelita.
A viver em «abrigos inadequados», a população encontra-se «extremamente vulnerável», devido às más condições atmosféricas e às restrições israelitas que se mantêm, obstruindo a entrada de ajuda humanitária no enclave.
Pelo menos 22 mil tendas danificadas
Em declarações à agência Anadolu, um responsável do gabinete de imprensa das autoridades em Gaza disse que mais de 22 mil tendas de abrigo para deslocados foram danificadas pela chuva intensa dos últimos dias, deixando 288 mil famílias sem protecção real contra o frio e a chuva.
Amplas zonas dos campos para deslocados tornaram-se inabitáveis, disse, frisando que «a resposta internacional aos nossos pedidos tem sido extremamente limitada e insuficiente para fazer frente ao nível de desastre».
Acrescentou que a ocupação israelita continua a impedir a entrada de tendas no enclave, bem como aquecimento e material de saneamento, agravando as condições no terreno, numa «clara violação das obrigações humanitárias ao abrigo do acordo de cessar-fogo e do direito internacional humanitário».
De acordo com as autoridades em Gaza, são necessárias 300 mil tendas e casas pré-fabricadas para ajudar a responder às necessidades básicas dos palestinianos, depois da destruição das infra-estruturas levada a cabo por Israel em dois anos de bombardeamentos.
Desde Outubro de 2023, os ataques da ocupação mataram cerca de 70 mil pessoas na Faixa de Gaza e deixaram 171 mil feridos.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui