«As pessoas emigram por causa da ganância dos países imperialistas por mais domínio e exploração, que transformaram os seus países numa zona de guerra», afirma o TKP no seu diário digital Boyun Eğme.
«As guerras imperialistas e ocupações que criaram a onda de migração forçada têm de ser travadas», acrescentam os comunistas turcos ao tentarem responder à questão que eles mesmo colocam no contexto da discussão acesa em torno da chegada de mais migrantes: «Quem é responsável por isso?»
O TKP lembra que, depois do início da guerra de agressão na Síria, milhões de sírios tiveram de escapar do Daesh; agora, os migrantes estão a fugir da ameaça dos Talibã no Afeganistão.
«A opressão e a violência estão numa escalada constante; não há fim para os conflitos e massacres. Milhões de trabalhadores são obrigados a sair de suas casas», afirma o texto.
Muitos outros milhões estão a migrar
Este cenário, sublinha, não ocorreu apenas na Síria ou no Afeganistão, pois há milhões de pessoas que não conseguem ver um futuro em muitos países e vão para fora, preocupadas em sobreviver ou com uma vida digna.
«Precisamos de compreender porque é que as pessoas emigram. Precisamos de compreender que temos de travar esta grande tragédia», sublinha o texto.
«As pessoas não deixam a terra onde nasceram e cresceram de forma voluntária, são forçadas a isso», afirmam os comunistas turcos, e acrescentam: «Ao migrar, enfrentam viagens inseguras e perdem as suas vidas nas estradas. Onde quer que vão, são expostas a discriminação e violência, completamente sozinhas, à mercê dos seus destinos.»
«Trabalhando em condições de escravidão, ganham a hostilidade da sua mesma classe, que está a enfrentar o desemprego. As ondas migratórias estão a despertar reacções nacionalistas e racistas», alerta o TKP.
O imperialismo e o capitalismo são responsáveis
Os comunistas turcos responsabilizam por esta situação os Estados Unidos e demais potências imperialistas ocidentais, que ignoram a soberania dos países, cooperam com as forças reaccionárias, iniciam guerras e provocam agitação interna.
Também responsabiliza o governo turco, do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), «que é o comissário da NATO na Síria e no Afeganistão, e está envolvido em intervenções militares ao abrigo dos EUA».
Responsável é também o patronato que obriga os refugiados a trabalhar mais duramente para obter mais lucro, espalhando o trabalho precário e sem regulação.
«Os refugiados não podem ser responsabilizados pela onda de migração. Lutar contra os refugiados para parar a onda migratória não é a solução», afirma o TKP, sublinhando que o discurso anti-refugiados complica ainda mais o problema, ao «virar os trabalhadores uns contra os outros».