De acordo com os dados divulgados pelo Ministério equatoriano da Educação, cerca de 40 mil alunos do país não regressaram às aulas no novo ano lectivo.
Na zona da Costa, que integra várias províncias entre a cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico, há pedidos para voltar ao ensino à distância, devido à insegurança, indica o periódico La Hora.
O Instituto Equatoriano de Estatística e Censos (INEC) identificou vários factores que aumentam a possibilidade de as crianças e jovens deixarem os estudos.
O primeiro (com 24,5%) é, segundo o INEC, a falta de recursos económicos. Na região da Costa, além da pobreza, a violência e a insegurança afectaram a frequência escolar, referiu a instituição.
Na província de Los Ríos, em cinco escolas do cantão de Baba as aulas presenciais tiveram de ser suspensas, devido à «vaga crescente de insegurança», indica a fonte.
Em Durán (província de Guayas), as autoridades solicitaram ao Ministério da Educação o regresso às aulas virtuais, tendo em conta o aumento de casos de mortes violentas. Na segunda semana de Setembro – refere a fonte –, foram ali assassinados dois estudantes, um deles depois de ter sido sequestrado.
No entanto, a titular da pasta da Educação, María Brown, recusou o pedido, alegando que, naquele cantão, há instituições educativas ao abrigo do programa «Escola Segura», que contam com segurança policial no exterior e dentro das instalações – neste caso, sem armas.
Mesmo com o programa em curso, as escolas não escapam ao perigo da violência, tendo inclusive a ministra reconhecido, em Abril deste ano, que há gangues a operar no interior das instituições de ensino.
De acordo com a Polícia Nacional, os grupos de delinquentes captam os estudantes, oferecendo-lhes retribuições económicas atractivas. Num relatório, a Polícia revelou que, pelo menos, 1326 menores, entre os 12 e os 17 anos, abandonaram as aulas no país andino para se juntar a gangues.
O documento dá conta, ainda, de vários crimes cometidos pelos adolescentes, relacionados com posse ilegal de armas, sicariato, micro-tráfico, assaltos, entre outros ligados ao crime organizado.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui