O progresso na escolaridade foi «mínimo ou zero» na última década, segundo um comunicado da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) difundido pela Agência Lusa.
São 258 milhões as crianças em idade escolar, entre os 6 e os 17 anos, que não se encontram a frequentar uma escola – um sexto da população mundial naquele intervalo etário. A UNESCO estima que possam vir a haver «12 milhões de crianças» que «nunca verão o interior de uma sala de aula».
Está posto em causa, segundo a organização, um dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que a comunidade internacional acordou concretizar até 2030: uma educação inclusiva e de qualidade disponível para todos.
A diferença entre países ricos e pobres é evidente, escreve a Lusa: enquanto nos primeiros apenas 2% das crianças em idade escolar primária (entre 6 e 11 anos) não estão na escola, essa percentagem sobe para 19% nos segundos.
A situação é mais grave nos níveis superiores de educação: 8% dos jovens de 15 e 17 anos não frequentam a escola nos países desenvolvidos, enquanto nos países em desenvolvimento essa percentagem é de uns estarrecedores 61%.
A Lusa cita a directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, como tendo realçado dois grupos em que se distingue uma discriminação ainda mais acentuada: as crianças do género feminino e as que, do mesmo género, vivem na região subsariana de África.
As meninas «continuam a ser vítimas dos maiores obstáculos», segundo Azoulay. Dos 12 milhões de crianças que se prevê jamais virem a frequentar uma escola, 75% (nove milhões) são do género feminino. Desses nove milhões, quatro (mais de 44%) vivem na África Subsariana.
Estas estatísticas foram divulgadas uma semana antes da realização da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que deve analisar os progressos nos ODS e abordar o financiamento necessário para colocá-los em prática.
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