Gustavo Petro foi apresentado como candidato presidencial e Francia Márquez como candidata à vice-presidência da Colômbia pela coligação progressista Pacto Histórico.
O programa de mudança que pretendem implementar, divulgado em várias plataformas, visa conduzir o país a «uma era de paz».
A ideia é promover uma «transição» que torne possível uma vida digna e a justiça social, bem como criar condições para ultrapassar a violência sistemática e consolidar a paz.
O programa dá destaque, entre os outros aspectos, a questões como a democratização do Estado, ao acesso à saúde, educação e cultura, ao reconhecimento dos direitos da mulher e à promoção da igualdade.
De acordo com a imprensa, quase todas as sondagens apontam Gustavo Petro como favorito na contenda eleitoral de 29 de Maio e, nesse sentido, os candidatos de outras coligações têm-se empenhado em desacreditá-lo.
Os resultados preliminares das eleições legislativas apontam para uma viragem à esquerda. O Pacto Histórico, coligação política «progressista», aparece como um dos vencedores da contenda eleitoral. Com 99,41% dos votos contados, a coligação Pacto Histórico, em que figuram a Colômbia Humana, de Gustavo Petro – candidato às presidencias de 29 de Maio –, o Partido Comunista Colombiano, a União Patriótica, o Pólo Democrático Alternativo, entre vários outros partidos e movimentos, conseguiu eleger 16 senadores e 25 deputados na Câmara dos Representantes, segundo indicam os resultados na página da comissão eleitoral do país sul-americano. Nestas eleições para renovar o Congresso, em que podiam votar quase 39 milhões de colombianos, regista-se uma viragem à esquerda, tendo em conta que as duas câmaras eram dominadas pelo Partido Centro Democrático, de direita, em coligação com outras forças afins. No Senado, segundo de pode ver no painel de resultados divulgado no portal da Resgistraduría Nacional del Estado Civil, o Pacto Histórico elegeu 16 senadores, tantos quantos o Partido Conservador Colombiano. Seguem-se o Partido Liberal Colombiano (15), a Coalición Alianza Verde y Centro Esperanza (14), o Partido Centro Democrático (14), o Partido Cambio Radical (11) e o Partido de la Unión por la Gente (10). Na Câmara dos Representantes, o Partido Liberal Colombiano é o que obtém mais assentos (32), seguido do Pacto Histórico (25). O Partido Conservador Colombiano também elege 25 deputados. Seguem-se o Partido Centro Democrático (16), o Partido Cambio Radical (16), o Partido de la Unión por la Gente (15) e o Partido Alianza Verde (11), além de seis deputados distribuídos por cinco partidos. Ao conhecer as previsões que apontavam para estes resultados, o líder do Pacto Histórico, Gustavo Petro, destacou o desempenho da coligação como «o melhor resultado das forças progressistas na história da Colômbia». Fez também um apelo às restantes forças progressistas, agora maioritárias no Congresso, para que criem uma frente democrática. Este domingo, os colombianos também participaram em consultas inter-partidárias para escolher os candidatos das coligações Pacto Histórico, Centro Esperanza (social-democrata) e Equipo por Colombia (direita), que irão disputar, com representantes de outras coligações, as eleições presidenciais, a 29 de Maio. Gustavo Petro foi de longe o candidato mais votado, com mais de quatro milhões de votos. Ao discursar, ontem, sublinhou que é possível vencer as presidenciais logo na primeira volta e fez um convite a todo o país a seguir o Pacto Histórico. «Queremos convidar toda a Colômbia. Aqui os únicos que não têm lugar são os corruptos, os genocidas», disse, citado pela TeleSur. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Pacto Histórico obtém ampla representação na Colômbia
Apelo à constituição de uma frente democrática
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Mais recentemente, Francia Márquez, candidata pela coligação progressista à vice-presidência, foi alvo de insultos racistas e machistas nas redes socias. Também a ameaçaram de morte, segundo denunciou este domingo.
«Não bastam as calúnias, as expressões racistas, mas em menos de um mês fui ameaçada de morte duas vezes, juntamente com outros dirigentes sociais», disse Márquez, que instou o actual presidente do país, Iván Duque, a garantir a sua integridade física, a da sua família e a dos dirigentes sociais visados.
No Twitter, Márquez publicou fotografias de panfletos da organização paramilitar autodenominada Águilas Negras, nos quais as ameaças são proferidas.
Neste contexto, várias figuras vieram a público condenar as ameaças e defender a candidata afrocolombiana, com origens humildes e com trajecto de lutadora social.
Francia Márquez disse que, se vencer as eleições em Maio, com Gustavo Petro, vai trabalhar a favor das mulheres, das comunidades indígenas, dos jovens e dos mais pobres.
«Estamos a escrever uma nova história para a Colômbia. A partir da vice-presidência, vamos acompanhar o nosso Presidente Gustavo Petro na tarefa de alcançar um governo para a vida, a paz, a justiça e a igualdade social», frisou, citada pela Prensa Latina.
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