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Milhares protestam no Equador contra «medidas económicas» à pala da Covid-19

Milhares de pessoas manifestaram-se esta segunda-feira em várias cidades equatorianas em defesa dos direitos dos trabalhadores, da Educação, da Saúde, depois das medidas anunciadas pelo governo de Moreno.

«A defesa dos direitos dos trabalhadores é da tua responsabilidade», afirmava um cartaz dos funcionários da Empresa Eléctrica Quito
«A defesa dos direitos dos trabalhadores é da tua responsabilidade», afirmava um cartaz dos funcionários da Empresa Eléctrica Quito Créditos / elcomercio.pe

Quito, Guayaquil, Cuenca foram algumas das cidades onde a população se mobilizou para exigir políticas sociais de apoio às camadas com menos recursos, para denunciar a corrupção e protestar contra as medidas económicas anunciadas, no passado dia 19, pelo presidente da República, Lenín Moreno, que afectam os trabalhadores e incluem um grande corte no sector da Educação pública.

Nas ruas de Quito, faixas e cartazes lembravam o que estava em causa. «A defesa dos direitos dos trabalhadores é da tua responsabilidade», lia-se num cartaz dos funcionários da Empresa Eléctrica Quito. Os estudantes universitários, que se mobilizaram em massa contra o corte anunciado de 98 milhões de dólares nas universidades públicas do país andino, mostravam um cartaz que afirmava «Somos os filhos dos operários que não conseguirão silenciar», informa El Comercio.

No início, trabalhadores e estudantes gritavam palavras de ordem como «Orçamento para a educação e não e não para a corrupção», mas no Centro Histórico da cidade havia um grande dispositivo da Polícia de intervenção e, ao fim de algum tempo, os manifestantes depararam-se com polícias de mota e montados a cavalo, cães e gás lacrimogéneo. Então ouviu-se «Orçamento para a educação e não e não para a repressão».

Lei de «Apoio Humanitário», mas é outra coisa

José Villavicencio, dirigente da Frente Unitária dos Trabalhadores (FUT) presente na marcha, pôs em causa as reformas contempladas na chamada Lei de Apoio Humanitário, já aprovada e que permite, entre outras coisas, que patrão e trabalhador cheguem a um acordo com vista à redução da jornada de trabalho até 50%, com remuneração equivalente. À boleia da emergência da pandemia, o trabalhador pode estar dois anos neste regime, que poderá ser renovado ainda por dois anos mais.

Villavicencio e os demais dirigentes da FUT sublinham que a medida é inconstitucional e afirmam que vão actuar no sentido da sua denúncia mal entre em vigor. Além disso, a FUT anunciou que irá continuar a promover protestos contra os ataques aos direitos dos trabalhadores e em defesa dos salários.

Forte presença de estudantes e docentes

As várias marchas no país andino contaram com a participação de diversos sectores, com destaque para os professores e os estudantes universitários, que integraram a jornada de luta convocada pela Frente em Defesa da Educação Pública, depois de o governo de Lenín Moreno ter anunciado um corte orçamental de 98 milhões de dólares para 32 universidades públicas e escolas politécnicas de todo o país – em contexto de crise da Covid-19, revela El Comercio.

«Precisamos juntar-nos para poder resistir a esta crise económica, social e de saúde que nos está a matar», dizia uma manifestante, de máscara no rosto. Por seu lado, um professor disse ao periódico que estava «a defender o orçamento para a Educação» e que estava «a fazer uso do seu direito a resistir».

«Não é o povo que deve pagar a crise»

A manifestação que teve lugar em Cuenca, capital da província de Azuay, contou com a presença do prefeito (governador), Yaku Pérez, que se juntou a centenas de estudantes, médicos, reformados, dirigentes sindicais e de organizaçõe sociais no protesto contra as medidas anunciadas, o aumento do desemprego e o pagamento da dívida externa.

Yaku Pérez defendeu que não é o povo que deve pagar a crise, mas, sim, «quem a gerou e dela sai beneficiado». «Para derrotar o capitalismo, para derrotar o extractivismo, para derrotar a corrupção, temos de ter dignidade», afirmou, lamentando que o governo equatoriano «se tenha ajoelhado perante as exigências do Fundo Monetário Internacional» e exortando-o a não usar a pandemia para tomar decisões.

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