A Frente Unitária dos Trabalhadores (FUT), a União Nacional dos Educadores (UNE) e a União Geral dos Trabalhadores do Equador (UGTE) comprometeram-se, esta terça-feira, a mobilizar os trabalhadores para a jornada de protesto.
O presidente da FUT, Ángel Sánchez, disse numa conferência de imprensa que a decisão de avançar para a jornada nacional de luta está relacionada com a resistência do governo a ouvir a voz dos trabalhadores.
A falta de diálogo entre a administração central e sindicatos e organizações sociais é uma das críticas que têm sido feitas ao chamado «governo do encontro», liderado pelo neoliberal Guillermo Lasso.
Outra exigência dos sindicatos é a do congelamento dos preços dos combustíveis, que aumentam cada vez mais, explica a TeleSur, devido à aplicação de um decreto emitido pelo governo do ex-presidente Lenín Moreno e que a actual a administração mantém em vigor.
As estruturas sindicais uniram-se também para denunciar, entre outros aspectos, a falta de emprego e a não aplicação das reformas aprovadas na Assembleia Nacional à Lei Orgânica da Educação Intercultural (LOEI), que incluem aumentos salariais para os docentes e alterações ao programa de bacharelato, abordam questões como a violência e o assédio, reconhecem os anos de carreira dos docentes e os seus direitos à reforma.
A este respeito, Sánchez anunciou que as marchas agendadas para dia 11 marcarão o início de múltiplos protestos contra o que designou como «incumprimento do governo de Guillermo Lasso e do Tribunal Constitucional».
A este último, informa a TeleSur, os sindicatos exigem que se pronuncie face ao pedido de inconstitucionalidade da reforma à LOEI, situação que levou 80 pessoas – professores, estudantes e pais – a entrar em greve de fome, há 23 dias.
Lasso não reverte rumo de Moreno, acusa FUT
Prevê-se que estudantes, agricultores e trabalhadores em geral adiram ao protesto, que visa também denunciar uma eventual privatização do Instituto Equatoriano de Segurança Social e de outras empresas estatais.
Por seu lado, o dirigente da FUT José Villavicencio criticou o governo de Lasso por dar continuidade às políticas impopulares exigidas nos acordos firmados com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no tempo de Moreno.
Denunciou igualmente a aplicação da chamada Lei Humanitária, implementada no contexto da pandemia do novo coronavírus pelo governo anterior e que deixou um saldo de 1,2 milhões de trabalhadores despedidos. Os sindicatos, disse, pediram a Guillermo Lasso que mudasse de rumo, mas não obtiveram resposta alguma.
O cumprimento das promessas feitas na campanha eleitoral é outra das exigências dos sindicatos, que pedem ao executivo equatoriano que não use o plano de vacinação contra a Covid-19 – que consideram positivo – como cortina de fumo para tapar os outros problemas que atingem o povo e os trabalhadores.
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