«O governo francês está perdido nas mãos das grandes potências, mas as forças activas do povo apoiaram sempre a Síria e o seu povo», disse o escritor Jean-Michel Vernochet, citado pela agência SANA.
Num encontro sobre a guerra na Síria e desinformação mediática, que decorreu na quarta-feira na Biblioteca Central de Alepo, Vernochet defendeu que o conflito no país árabe não é apenas militar, mas também mediático e social, e denunciou o papel dos órgãos de comunicação ocidentais por terem tentado manipular os factos e passar aos povos europeus uma imagem distorcida da Síria.
Por seu lado, Yves Perrault, um general reformado do Exército francês, criticou o envolvimento do governo do seu país desde 2011 na guerra de agressão contra o país levantino.
«Os governos ocidentais recorreram à hipocrisia e à mentira para enganar os seus povos, e eu vim a Alepo para ter uma ideia da realidade, não daquilo que difundem os meios de comunicação», frisou o oficial na reforma.
No encontro organizado em conjunto com a União de Escritores Árabes, refere a SANA, o escritor, investigador e jornalista Alain-Pierre Tizio também lamentou o papel do seu país na «destruição da Síria», assim como a «divulgação de falsidades» por parte da imprensa.
«Os povos sírio e francês têm um só inimigo, que é o terrorismo, mas o governo do meu país não fez como a Síria, que o enfrentou e derrotou», disse.
Pierre Emmanuel Toman, professor, e Emmanuel Leroy, assessor, centraram-se na cidade de Alepo: o primeiro lamentando a destruição provocada pelo terrorismo na cidade e o segundo destacando o grande desenvolvimento e a recuperação que testemunhou.
«A vitória de Alepo é histórica, contra mais de cem países que investiram dinheiro e enviaram armas para destruir a Síria», opinou Leroy.
Marie Baumeier, apresentada como «activista», defendeu que «o executivo francês agora é governado por Israel». Disse ainda que a visita tem como propósito anunciar, na Síria, a posição de apoio dos intelectuais franceses ao país árabe.
As actividades da delegação francesa incluem seminários e conferências, bem como visitas a várias cidades.
Recorde-se que a França fechou a sua embaixada em Damasco em 2012 e assumiu uma atitude hostil para com o governo de Bashar al-Assad, tendo entregado armamento aos chamados «rebeldes» e participado em diversos bombardeamentos em território sírio sem a autorização de Damasco.
Em Abril de 2018, França participou, em conjunto com o Reino Unido e os EUA, num ataque com mísseis contra vários alvos no país árabe.
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