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|Índia

Impostos aos multimilionários e dinheiro para escolas, defendem estudantes indianos

A Federação dos Estudantes da Índia (SFI) aprovou várias resoluções sobre o actual estado da Educação, alertando para a falta de investimento, o encerramento de instituições e o aumento da desigualdade.

A Federação dos Estudantes da Índia denuncia o desinvestimento do governo central na Educação 
A Federação dos Estudantes da Índia denuncia o desinvestimento do governo central na Educação Créditos / deccanchronicle.com

Num comunicado a que o Newsclick teve acesso, a SFI (na sigla em inglês) sublinha que o conceito de acesso equitativo à Educação se desmoronou com a Covid-19, período em que várias instituições educativas foram encerradas e ocorreu uma viragem repentina para o ensino à distância.

«O governo de Modi aproveitou a pandemia para aprovar a Nova Política Nacional de Educação, que abre o caminho para a centralização, a mercantilização e a divisão sectária [communalisation] da Educação», denuncia a Federação dos Estudantes da Índia, frisando que o executivo procedeu também a uma redução drástica nos orçamentos destinados ao sector.

A organização estudantil de esquerda acusa o governo de Modi de ter «destruído» as bolsas de estudo e os albergues para estudantes de minorias e de «castas reconhecidas», sublinhando que isso foi um factor determinante para o aumento do número de suicídios entre os estudantes de comunidades marginalizadas em institutos de tecnologia, gestão e outras instituições de ensino centrais.

O próprio governo central admitiu, no Parlamento, que pelo menos 112 estudantes se suicidaram em instituições de ensino entre 2014 e 2021, destaca a organização estudantil, que acusa o executivo de Modi de «não ter tomado qualquer medida para resolver o problema».

Exemplo disso é o caso recente de três estudantes que tiraram a vida a si mesmos numa só semana, nos institutos de tecnologia de Mumbai, Kozhikode (Kerala) e Chennai (Tamil Nadu).

Construir uma política educacional alternativa

Tendo em conta este cenário, a SFI anunciou vários programas de acção «para lutar contra um governo tão anti-estudantil», que devem constituir um projecto alternativo de política educacional.

Toda a gente é convidada a enviar contributos para o documento que começa agora a ser debatido, informou a SFI, que aceita ideias e sugestões para uma política alternativa no sector da Educação até 31 de Março.

Para levar o projecto a bom porto, a Federação dos Estudantes da Índia defende a «acção conjunta», que passa pela realização de reuniões de plataformas unitárias de organizações estudantis afins em todos os estados do país subcontinental.

Profunda desigualdade e necessidade de agir

A declaração da SFI faz referência ao relatório anual de 2022 da Oxfam India sobre desigualdade, no qual se afirma que o imposto de 1% aplicado à riqueza dos 98 multimilionários da Índia daria para financiar a despesa anual total do Departamento de Educação Escolar e Alfabetização do Ministério da Educação.

Mayukh Biswas, secretário-geral da SFI, entrega em Déli um rascunho da política alternativa para a Educação a Sitaram Yechury, secretário-geral do Partido Comunista da Índia - Marxista / SFI

A riqueza dos multimilionários indianos mais do que duplicou durante os anos da Covid-19, pelo que a organização estudantil defende a tributação dos ganhos dos ricos com o capital, «para reduzir a desigualdade e, ao mesmo tempo, manter a prosperidade geral».

As receitas dos impostos devem ser investidas em infra-estruturas públicas, nomeadamente escolas, universidades e investigação, afirma a SFI, que advoga a criação de uma campanha com o lema «Tributar as Empresas – Libertar a Educação».

A organização estudantil anunciou ainda a participação em manifestações, por todo o país, em honra dos heróis da luta anti-colonial Bhagat Singh, Rajguru e Sukhdev – enforcados a 23 de Março de 1931 pelas autoridades inglesas, em Lahore (actual Paquistão).

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