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|Índia

Travar a violência e defender os direitos das mulheres: apelo renovado na Índia

No final do encontro nacional de quatro dias que teve lugar em Kerala, a Associação das Mulheres Democratas de Toda a Índia decidiu lançar uma campanha para travar a violência crescente contra as mulheres.

Dirigentes da AIDWA na 13.ª Conferência Nacional da organização, no Sul da Índia 
Dirigentes da AIDWA na 13.ª Conferência Nacional da organização, no Sul da Índia Créditos / AIDWA

Na conclusão da 13.ª Conferência Nacional das Associação das Mulheres Democratas de Toda a Índia (AIDWA, na sigla em inglês), Mariam Dhawale, que foi reeleita secretária-geral, alertou que «os jovens estão a ser alvo de agentes da droga» e que «a violência contra as mulheres está a aumentar».

No encontro que decorreu em Thiruvananthapuram, capital do estado de Kerala, entre dia 6 Janeiro e esta segunda-feira, participaram cerca de 850 delegados de 25 estados e territórios da união, desenvolvendo trabalhados com o lema «Democracia, Igualdade, Emancipação das Mulheres».

Na véspera do encontro, numa conferência de imprensa, dirigentes da AIDWA sublinharam a pertinência da sua realização, num tempo «em que os direitos civis e laborais das mulheres se estão a desvanecer» e num quadro de governação que «tem mostrado uma atitude negativa em relação à igualdade de género».

Brinda Karat, militante do PCI(M) e ex-secretária-geral da AIDWA, discursando na sessão de abertura, dia 6 de Janeiro de 2023 // Deshabhimani

A «luta na unidade pela igualdade» ganha um novo sentido quando as mulheres são vítimas da violência e dos aumentos descontrolados dos preços, sublinharam na ocasião, anunciando que iriam homenagear cinco mulheres que tinham lutado contra atrocidades em vários estados do país – o que se veio a concretizar naquela que foi, porventura, a jornada mais animada do encontro, a do dia de abertura, sexta-feira passada.

O discurso de abertura esteve a cargo da activista política e cultural Mallika Sarabhai, que manifestou a sua felicidade por ver tantas mulheres reunidas num espaço democrático, ao invés de uma «masjid» (mesquita) ou um «mandir» (templo hindu). «Sonhamos com um mundo justo, livre de pobreza e desigualdade, e estamos aqui reunidos para lutar por isso», disse, citada pelo Newsclick.

Também no dia 6, discursou Brinda Karat, ex-secretária-geral da AIDWA e membro do Comité Central do Partido Comunista da Índia (Marxista), que destacou os desafios que o movimento das mulheres tem pela frente num país onde muitas barreiras forram derrubadas, mas onde várias conquistas estão a ser ameaçadas.

Vijoo Krishnan, secretário-geral do All India Kisan Sabha (AIKS), foi um dos dirigentes sindicais presentes na conferência // AIDWA.

Igualmente na jornada de abertura, discursou Aleida Guevara, da Federação das Mulheres Cubanas, que se referiu ao papel revolucionário das mulheres em Cuba e sublinhou a importância da sua acção para o avanço das políticas sociais na Ilha.

Dias de trabalho intenso pelos direitos das mulheres

Sábado e domingo foram dias de análise, debate e deliberações para as centenas de delegadas presentes no Teatro Tagore, na capital de Kerala. Foram discutidos temas como o aumento crescente dos preços, a destruição do Sistema Público de Distribuição, o aumento do desemprego, o aumento da dívida ou fim do subsídio ao gás.

Também se debateu o aumento da violência contra as mulheres nos espaços públicos, tendo os delegados destacado o impacto de todos estes problemas na vida das mulheres indianas e o papel da AIDWA para lhes fazer frente.

No terceiro dias da conferência, procedeu-se a uma emenda nos estatutos da AIDWA para poder incluir como membros mulheres trans.

Relatórios, resoluções e a determinação espelhada em 100 mil mulheres juntas

No domingo, indica o Newsclick, o encontro centrou-se no debate de seis relatórios: «Mudança climática e mulheres», «Política Nacional de Educação, 2020: um revés para a luta das mulheres pela igualdade», «Direitos da criança», «O movimento das mulheres na Índia e a luta pela liberdade», «Os direitos das mulheres e a questão da unidade» e «Desemprego e mulheres».

Cerca de 100 mil mulheres participaram no comício de encerramento do encontro, em Thiruvananthapuram ou Trivandrum, a capital do estado de Kerala / @cpimspeak

No total, a conferência das mulheres democratas da Índia adoptou 13 resoluções, que deixaram patente, entre outros aspectos, a determinação de combater o «saque corporativo de bens comuns e de recursos naturais», a defesa do direito ao trabalho e a garantia de emprego. Também foi adoptada uma resolução para promover a ciência e combater a superstição.

Dirigentes sindicais e de organizações da juventude saudaram a conferência de mulheres, que terminou com um comício em que estiveram cerca de 100 mil mulheres e que contou com a participação do ministro-chefe de Kerala, Pinarayi Vijayan.

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