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Iémen em risco de ser «esquecido», com o foco mediático na Ucrânia

Achim Steiner, director do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), alertou que o país árabe, devastado pela guerra, enfrenta uma «perspectiva extremamente preocupante».

Iemenitas inspeccionam destroços de uma casa bombardeada pela coligação liderada pelos sauditas, em Janeiro de 2022 
Iemenitas inspeccionam destroços de uma casa bombardeada pela coligação liderada pelos sauditas, em Janeiro de 2022 Créditos / PressTV

O responsável pelo PNUD lançou o alerta ao afirmar, este domingo, que, «tendo em conta a realidade geopolítica mais vasta, o risco é que o Iémen seja em parte esquecido, e isso será obviamente uma tragédia».

O conflito na Ucrânia está a ter «repercussões na economia global» e isso «irá reduzirá o alcance da solidariedade internacional para a cooperação internacional», disse Steiner no Fórum de Doha, no Catar.

«Neste momento, o mundo está centrado na guerra na Ucrânia, mas o conflito no Iémen, a situação desesperada no Afeganistão são realidades que ainda vão perdurar», disse também o director do PNUD, citado pela PressTV.

Em Março de 2015, uma coligação liderada pela Arábia Saudita, com o apoio dos EUA, do Reino Unido e de outras potências ocidentais e regionais, lançou uma campanha militar contra o Iémen, tendo como objectivo declarado recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade, e suprimir a resistência do movimento Huti Ansarullah, que, em conjunto com o Exército iemenita, tem resistido aos invasores.

A agressão militar, que agora cumpriu sete anos, destruiu as infra-estruturas do mais pobre dos países árabes e provocou centenas de milhares de mortos, feridos e deslocados, tendo estado na origem daquilo que as Nações Unidas classificaram como a mais grave crise humanitária dos tempos modernos.

«A perspectiva para o povo iemenita é, neste momento, extremamente preocupante», alertou Steiner, acrescentando: «A realidade é que o desespero, a pobreza e a destruição atingiram um nível no Iémen em que a maioria da população, de uma forma ou de outra, já não é capaz de se sustentar a si mesma.»

Cortes nos fundos e na ajuda humanitária

As afirmações do responsável das Nações Unidas tiveram lugar no mesmo dia em que a aviação saudita bombardeou zonas residenciais na capital iemenita, Saná, e outras regiões do país, depois de, no sábado, o movimento Huti Ansarullah ter declarado um cessar-fogo de três dias.

A trégua unilateral seguiu-se a uma vaga de ataques com mísseis e drones, na sexta-feira, que atingiram alvos em vários pontos da Arábia Saudita, incluindo instalações petrolíferas na cidade de Jeddah.

Achim Steiner mostrou-se preocupado com o facto de este conflito «receber menos atenção» e, acima de tudo, com a possibilidade de os doadores internacionais «irem cortar fundos». «Isto devia-nos preocupar a todos», frisou.

Aproximadamente 80% dos cerca de 30 milhões de iemenitas dependem de ajuda para sobreviver. Este mês, a ONU referiu que eram necessários quase 4,3 mil milhões de dólares, em 2022, para ajudar mais de 17 milhões de pessoas no Iémen. No entanto, o organismo só conseguiu juntar 1,3 mil milhões.

Isto significa que «aquilo que vamos ver ao longo de 2022 é uma redução maior da ajuda humanitária […]. Tudo isto estará comprometido», disse Steiner.

«Esta guerra… não resolveu nada», sublinhou.

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