|Saara Ocidental

Marrocos joga carta dos investimentos para contornar direito de autodeterminação

O representante da Frente Polisário na Suíça e junto da ONU em Genebra sublinhou que, após o fracasso em legitimar a ocupação do Saara Ocidental por via diplomática, Marrocos joga a carta do investimento económico.

A Frente Polisário denuncia a instrumentalização por parte de Marrocos dos investimentos económicos para reforçar a ocupação Créditos / nuevarevolucion.es

Em declarações à Algeria Press Service (APS), Abbi Bachraya Bachir frisou que esta jogada, implementada nos territórios ocupados do Saara Ocidental, tem como objectivo contornar o direito do povo saarauí à autodeterminação.

O diplomata explicou que Marrocos está a tentar fazer com que determinados países assumam o facto consumado colonial no Saara Ocidental. 

Para tal, envolve as suas empresas em investimentos «ilegais» no território ocupado e serve-se delas como «lóbis» para pressionar os seus governos no sentido de reconhecer a sua alegada soberania sobre o Saara Ocidental, criticou.

Ao envolver estas empresas na pilhagem das riquezas do povo saarauí, a ocupação marroquina visa também consolidar as posições a favor da ocupação expressas por algumas potências internacionais, dando carta branca às empresas desses países para que mantenham uma presença «ilegal» no Saara Ocidental e explorem os seus recursos, acrescentou.

A título de exemplo, referiu-se à concessão, pelas autoridades de ocupação, de uma licença à empresa israelita NewMed Energy para explorar petróleo na costa do Saara Ocidental.

Em seu entender, esta licença, em conjunto com outros investimentos sionistas no Saara Ocidental ocupado, visa «manter a posição sionista de apoio a Marrocos» e «beneficiar da sua expertise na gestão da ocupação e em contornar a legalidade internacional e as suas resoluções em prol da descolonização da Palestina e do Saara Ocidental».

O diplomata saarauí esclareceu que a questão da energia, em geral, e das energias renováveis, em particular, se tornou um elemento central instrumentalizado pela ocupação marroquina para criar um facto consumado, estabelecer a colonização do povoamento e envolver as potências no Saara Ocidental – que está incluído na lista das Nações Unidas de territórios à espera de descolonização.

Neste contexto, Abbi Bouchraya Bachir congratulou-se com a posição do governo britânico, que recentemente se recusou a assinar um acordo com Marrocos para fornecer energias alternativas à Grã-Bretanha produzidas no Saara Ocidental ocupado.

Sublinhou, neste sentido, que Marrocos está a tentar utilizar a questão energética no âmbito de uma política mais ampla que visa «encobrir os crimes perpetrados contra civis saarauís sob a ocupação».

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