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|Colômbia

Fim-de-semana de violência contra dirigentes sociais na Colômbia

No espaço de 24 horas, várias organizações denunciaram o assassinato de 4 dirigentes sociais em departamentos colombianos, que se juntam aos 140 reportados este ano no relatório mais recente do Indepaz.

Líderes sociais, defensores dos direitos humanos e dirigentes de organizações de agricultores, defensoras da reforma agrária e da participação voluntária na substituição de cultivos de uso ilícito, continuam a ser assassinados na Colômbia
Dirigentes sociais, defensores dos direitos humanos, líderes indígenas, sindicalistas, dirigentes de organizações agrícolas e defensores da participação voluntária na substituição de cultivos para uso ilícito continuam a ser assassinados na Colômbia Créditos / elcampesino.co

Salvador Jaime Durán, dirigente agrícola, foi morto com cinco disparos na vereda de Filoguamo (município de Teorama), na região do Catatumbo (departamento de Norte de Santander).

De acordo com a Associação Camponesa do Catatumbo (Ascamcat), o assassinato ocorreu este sábado e terá sido uma execução extrajudicial perpetrada por agentes do Exército colombiano. Em comunicado, o organismo afirma que «pessoas de uniforme foram vistas a fugir do local dos factos», tendo-se juntado depois a uma patrulha militar do Exército.

Por seu lado, o assassinato de Yeffer Yoanny Vanegas foi perpetrado ontem na jurisdicção de Cachicamo, na região do Guayabero, localizada entre os departamentos de Meta e Guaviare. Vanegas era um dirigente agrícola que exigia a implementação do plano de substituição de cultivos para uso ilícito, tal como ficou consagrado nos acordos de paz firmados entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP), em Novembro de 2016.

Num comunicado, a Associação de Camponeses e Trabalhadores da Região do Rio Guayabero (Ascatragua) revela que Vanegas tinha participado em mobilizações pacíficas desde 20 de Maio último para se opor à erradicação forçada dos cultivos – mobilizações que o governador do departamento de Meta acusou de serem organizadas por grupos guerrilheiros.


Ovidio Baena, de 68 anos, era dirigente sindical no sector petrolífero (membro da Unión Sindical Obrera) e militante da Colombia Humana. Terá sido assassinado na quinta onde vivia e onde o seu corpo foi encontrado, em Macayepo (município de El Carmen de Bolívar, departamento de Bolívar).

Gustavo Petro, senador dessa força política, denunciou o assassinato na sua conta de Twitter e acusou as forças militares de se recusarem a reconhecer que «a região de Montes de María [localizada nas Caraíbas colombianas] está a ser tomada pelo paramilitarismo».

Neste domingo, foi também denunciado o assassinato de Javier Uragama, jovem governador indígena de Agua Clara (município de Bajo Baudó, departamento de Chocó). A Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC) referiu que Uragama, de 22 anos, estava desaparecido havia dois dias e que foi encontrado morto ontem, com marcas de tortura.

O organismo pediu às autoridades que investiguem este novo homicídio e que garantam a defesa e a protecção dos defensores dos direitos humanos nesta região do país, onde tem vindo a ser apontada a presença de grupos paramilitares.

De acordo com a mais recente actualização dos dados divulgados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), feita a 23 de Junho, foram assassinados na Colômbia 140 dirigentes sociais desde o início do ano.

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