O líder social José Arquímedes Moreno foi assassinado, este sábado, na região do Catatumbo, no departamento de Norte de Santander, segundo revelou ontem a Polícia colombiana.
George Quintero, comandante da Policía no departamento, afirmou que Moreno, de 34 anos, ia a caminho de casa, numa zona rural do município de Tibú, quando foi abordado por dois indivíduos armados, que o atingiram com diversos tiros antes de se porem em fuga numa motorizada.
O comandante da Polícia acrescentou que as investigações estão em curso e que se desconhece a autoria do crime. De acordo com a Provedoria de Justiça [Defensoría del Pueblo] da Colômbia, na região do Catatumbo há mais de 400 dirigentes sociais ameaçados de morte.
A TeleSur indica que, só em 2019, foram assassinados 19 líderes sociais no país andino – uma situação que tem levado diversos sectores da sociedade colombiana a criticar o governo de Iván Duque, por não implementar medidas que evitem estes crimes.
Em Janeiro último, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos na Colômbia, Alberto Brunori, instou o governo colombiano a dar uma resposta urgente a esta questão. Há cerca de um mês, o procurador-geral colombiano, Fernando Carrillo, dirigiu duras críticas ao executivo de Iván Duque, considerado um «fracasso os esquemas de protecção pessoal» anunciados.
Também a Comissão de Paz do Congresso da República manifestou uma grave preocupação pela «violência acentuada contra os líderes sociais» nos departamentos do Cauca, Chocó, Vale do Cauca, Caquetá, Norte de Santander, Antioquia, Córdoba, Cesar, Meta, Nariño, Sucre e Putumayo.
Violência crescente contra dirigentes sociais
Um relatório publicado recentemente pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), conjuntamente com a Marcha Patriótica e a Cimeira Agrária, declara que, entre 1 de Janeiro de 2016 – ano da assinatura dos acordos de paz entre o governo e as FARC-EP – e 10 de Janeiro de 2019, foram assassinados na Colômbia 566 dirigentes sociais.
O relatório precisa que, em 2016, foram assassinados 116 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos; em 2017, o número subiu para 191, e, no ano passado, para 252. Os departamentos do Cauca, Antioquia, Nariño e Valle del Cauca são os que registam um maior número de casos.
Outras organizações indicam que, desde a assinatura dos acordos de paz, foram assassinados mais de 100 ex-combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP), entretanto dissolvidas.
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