Na sessão inaugural do Primeiro Congresso Internacional de Mulheres, que tem estado a decorrer em Caracas sob o lema «Pela Paz e a Solidariedade entre os Povos», mais de 700 delegadas e convidados manifestaram-se a favor da «união dos povos para enfrentar os avanços imperialistas e os ataques aos países progressistas do mundo», informa a Prensa Latina.
Ao intervir, a presidente do Conselho Mundial da Paz, Maria do Socorro Gomes, afirmou que a direita latino-americana conseguiu ganhar espaços com o apoio dos Estados Unidos e seus aliados, pelo que a unidade dos povos é necessária. «Os que hoje agridem e ameaçam a Venezuela e Cuba são os mesmos que ontem invadiram a Líbia, o Líbano, a Síria, a Palestina, pelo que é necessário cerrar fileiras ante esses ataques», disse.
Delegadas de países como Panamá, Brasil, Colômbia e Palestina também vincaram a importância de «enfrentar juntos as agressões de Washington e outros países capitalistas, que lançam guerras de agressão com o objectivo de se apoderarem dos recursos de outros países.
Hoje, ao concluírem a sessão plenária, as delegadas ao Congresso ir-se-ão juntar à marcha do povo venezuelano, em Caracas, que tem como fito entregar à vice-presidente do país, Delcy Rodríguez, e ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, as mais de 13 milhões de assinaturas recolhidas no âmbito da campanha «NoMoreTrump» [MaisTrumpNão], lançada no passado dia 10 de Agosto para denunciar as medidas coercitivas e unilaterais impostas à Venezuela pela administração norte-americana, e que serão entregues ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, segundo refere a VTV.
MDM sublinha «papel das mulheres no processo de transformação social operado com a revolução»
Em nota enviada ao AbrilAbril, a representante do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) que tem estado em Caracas a participar nos trabalhos do Congresso destaca a «alegria e a combatividade» que marcaram o início do encontro, esta sexta-feira, bem como «as palavras emocionantes» proferidas na abertura pela ministra venezuelana da Mulher e da Igualdade de Género, Asia Villegas, e por Gladys Requena, vice-presidente da área da Mulher do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
«Emocionantes porque, sempre que destacaram os grandes êxitos alcançados pelas mulheres com a Revolução Bolivariana, não esconderam os grandes sacrifícios que estão a passar devido ao bloqueio económico, financeiro e comercial imposto pelos EUA e seus aliados», afirma-se no texto.
A nota enfatiza, igualmente, o discurso de Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV, na sessão de abertura, na medida que «valorizou as mulheres e a sua participação em cargos de liderança, da base ao topo do poder popular», sendo que, «nas suas palavras. transpareceu confiança nesta força motriz das mulheres para resistir e vencer».
Sobre a resistência das mulheres venezuelanas, o MDM afirma que ela se faz com a «vontade revolucionária de não quebrar para vencer» e que «estão dispostas a defender uma revolução que é inseparavel dos direitos das mulheres». «Ao mesmo tempo que afirmam [...] que a igualdade e a emancipação da mulher é indissociável da luta anti-imperialista e da luta pelo socialismo», acrescenta a nota.
No Palácio de Miraflores, onde o presidente Nicolás Maduro, Delcy Rodríguez e outros ministros receberam esta sexta-feira «a numerosa delegação internacional», Socorro Gomes sublinhou que «o povo venezuelano é um exemplo para a Humanidade».
Por seu lado, o governo bolivariano reafirmou a intenção de não se «vergar face às calúnias, mentiras, ameaças militares e sanções», e fez questão de mostrar que «as organizações de mulheres e mulheres de todas as camadas sociais e idades participam na vida do país, mais do que em muitos paises capitalistas».
Experiência de «grande importância»
«As mulheres são uma força viva e actuante», frisa o MDM, para quem o Congresso irá deixar «seguramente raízes para a luta progressista das mulheres pelos seus direitos na Venezuela e em grande parte do mundo».
O Movimento Democrático de Mulheres valoriza ainda a «experiência» de participação como tendo «grande importância», na medida em que houve «partilha», «convicção» e a «responsabilidade de falar a verdade sobre a Venezuela», denunciando as «notícias que intoxicam a opinião pública».
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