De forma unânime, os estados-membros da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) rechaçaram as manobras militares norte-americanas na América Latina e Caraíbas, frisando que a administração liderada por Donald Trump o faz sob «pretextos falsos» e «com a clara intenção de impor políticas ilegais, intervencionistas e opostas à ordem constitucional dos estados» da região.
A declaração final da XIII Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo do organismo regional, realizada esta quarta-feira por videoconferência, afirma que as manobras militares dos EUA em águas caribenhas são «uma ameaça à paz e à estabilidade da região», constituindo «uma violação flagrante do direito internacional e da Carta das Nações Unidas».
Neste sentido, exigem o fim imediato de «qualquer ameaça ou acção militar que viole a integridade territorial e a independência política dos estados da América Latina e Caraíbas».
Os chefes de Estado e de governo do bloco expressaram o seu apoio total ao presidente constitucional da Venezuela, Nicolás Maduro, a campanha que os Estados Unidos promovem contra ele e a estratégia que «visa deslegitimar governos soberanos e abrir caminho à intervenção externa».
A ALBA-TCP condenou as «medidas coercivas unilaterais, bloqueios, chantagens diplomáticas e campanhas mediáticas» com as quais a política imperialista pretende «minar a paz e a segurança regionais» e condenou as medidas de agravamento do bloqueio imposto pelos EUA a Cuba.
O texto sublinha o carácter anti-imperialista e solidário do bloco regional, e declara o apoio ao apelo feito pelo presidente colombiano, Gustavo Petro, actualmente à frente da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), para uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, para determinar uma «posição conjunta, digna e soberana» face às ameaças de intervenção na Venezuela.
Defender a soberania dos povos
Ao intervir na XIII Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da ALBA-TCP, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, destacou as conquistas e a natureza do organismo de integração regional, afirmando que «esta foi e é uma aliança para a paz, a superação da desigualdade, da pobreza, para a cooperação social, cultural, educativa, económica e comercial», refere a TeleSur.
O chefe de Estado disse que, historicamente, a América Latina e as Caraíbas são «um território em disputa entre a força dos povos e os projectos obscurantistas do império norte-americano» e fez ainda um apelo à união dos povos e dos movimentos sociais na região, nos EUA, em África e mais além para que defendam «o direito do povo venezuelano à soberania, à paz, à autodeterminação e ao seu futuro».
Por seu lado, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse que a região enfrenta hoje «enormes desafios e riscos excepcionais», sublinhando que não há outra alternativa que não seja «fazer frente ao império que nos pretende subordinar aos seus interesses».
Mostrando-se orgulhoso da ALBA-TCP, a que chamou «o nosso primeiro escudo face aos perigos que ameaçam a paz», Díaz-Canel denunciou as acções da administração norte-americana contra o seu homólogo venezuelano, considerando-as uma «nova demonstração de força imperial».
Também o co-presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, se posicionou em defesa da soberania face às manobras militares dos EUA nas Caraíbas, tendo instando à unidade dos países-membros da ALBA-TCP.
Ortega disse que a agressão contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é mais que uma ameaça à soberania da Revolução Bolivariana, é uma ameaça à soberania de toda a América Latina e Caraíbas.
Lembrando as tentativas dos Estados Unidos de destruir países como Cuba, Venezuela e Nicarágua, o dirigente sandinista afirmou que os povos estão hoje mais conscientes do inimigo que enfrentam e aprenderam a avançar no meio de bloqueios e sanções, tendo-se mostrado confiante face às investidas do imperialismo: «Não conseguiram, nem conseguirão», disse.
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