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Colômbia: a esperança, os receios e a matança

«Hoje o que há na Colômbia é esperança maioritária», disse Gustavo Petro num dos comícios que mostram o entusiasmo em torno da sua candidatura. Mas as ameaças persistem e a matança continua.

Gustavo Petro num comício em Corozal (Sucre), no sábado 
Gustavo Petro num comício em Corozal (Sucre), no sábado Créditos / @petrogustavo

Em Corozal, Cartagena, Soacha, Lorica repetiram-se as imagens: praças cheias de apoio e entusiamo em torno dos candidatos da coligação de partidos progressistas e de esquerda Pacto Histórico à presidência da Colômbia, a duas semanas da realização da primeira volta das eleições.

O entusiasmo é tanto que, ontem, Gustavo Petro afirmou na sua conta de Twitter: «Vamos ganhar na primeira volta», junto a uma sondagem em que aparece destacado à frente, com 42,6% das intenções de voto.

«Hoje o que há na Colômbia é esperança maioritária», disse Petro na presença de milhares de pessoas em Corozal, no sábado, sublinhando que, para essa esperança se tornar governo, é preciso convencer os que duvidam.

Nesse município do departamento de Sucre, o candidato do Pacto Histórico à presidência denunciou que há grupos que rejeitam a mudança no país e estão a comprar os votos dos pobres.

Esses mesmos grupos, afirmou, alimentam uma campanha de mentiras para impedir as transformações porque querem ficar com o dinheiro público, sentem-se à vontade a roubar o Estado, concentram as riquezas que há na Colômbia e querem ficar com as terras e a água.

«Trata-se das 40 famílias que durante 200 anos herdaram o poder e acreditam ter o direito divino de colocar presidentes, que vêem o povo como um rebanho para matar e explorar», acusou o candidato, citado pela Prensa Latina, acrescentando que o seu programa de governo visa a transformação social do país para mudar essa realidade com mais de 200 anos.

Comício do Pacto Histórico em Lorica (Córdoba), este domingo  Créditos

Outros perigos e ameaças

Apesar das praças cheias com milhares de apoiantes e do favoritismo que as sondagens mostram, a candidatura corporizada por Gustavo Petro e Francia Márquez à Casa de Nariño, sede do governo, tem sido alvo de ameaças repetidas (também de morte) e mostra preocupações quanto ao processo eleitoral.

Na sexta-feira, mais de meia centena de congressistas e membros da campanha do Pacto Histórico enviaram uma carta à Comissão Inter-americana de Direitos Humanos pedindo garantias de segurança para ambos os elementos da fórmula presidencial, tendo em conta as «ameaças sucessivas no meio da contenda eleitoral» e factos que põem em risco as suas vidas e integridade física, noticia a agência EFE.

Acusaram funcionários do mais alto nível do Estado de não terem dado seguimento a uma denúncia pública realizada por Petro e recordaram que, no início de Abril, a candidata a vice-presidente, Francia Márquez, denunciou ter recebido três ameaças de morte.

Congressistas e dirigentes de campanha também alertaram para o facto de o actual presidente, Iván Duque, e o comandante do Exército, general Eduardo Zapateiro, terem confrontado publicamente Petro e as suas propostas, o que, entendem, propicia um cenário favorável a ataques contra ele e põem em causa a sua segurança.

O Pacto Histórico tem exigido igualmente garantias de transparência no processo eleitoral, que passam nomeadamente pela contratação de uma auditoria internacional ao software eleitoral.

Três dirigentes sociais assassinados no fim-de-semana

Aqueles que «vêem o povo como um rebanho para matar e explorar» não cessam as suas actividades no período de campanha. Nos dois dias de fim-de-semana, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) anunciou o assassinato de três dirigentes sociais.

Socio Fernando Domicó, indígena do povo Embera Eyábida, músico e docente, foi morto no sábado no município de Dabeiba (departamento de Antioquia).

No mesmo dia, foi assassinado Edgar Quintero, no município de Santander de Quilichao (departamento do Cauca). Era, segundo o Indepaz, um dirigente reconhecido e presidente da Junta de Acção Comunal da vereda Lomitas.

Ontem, em Tuluá (departamento de Valle del Cauca), foi assassinado Alexander Espinosa Valencia, dirigente social e presidente da Junta de Acção Comunal da vereda El Retiro. De acordo com os dados do Indepaz, trata-se do 76.º dirigente social e defensor dos direitos humanos morto no país em 2022.

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